A votação de seis ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pela cassação do mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), na terça-feira (16), durou cerca de um minuto.
Após a leitura do voto do relator, Benedito Gonçalves, houve uma breve intervenção do advogado Leandro Rosa e, em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, presidente da corte eleitoral, perguntou aos seis colegas se havia "alguma divergência". Como todos seguiram o relator, o resultado da votação foi proclamado sem nenhuma discussão.
Por unanimidade, os ministros entenderam que o ex-coordenador da Lava Jato deveria ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa por deixar a carreira de procurador da República enquanto estava envolvido em sindicâncias junto ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
A ação é decorrente de representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do PMN. Cabe recurso. O caso, em última instância, poderá chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Deltan foi eleito deputado com mais de 340 mil votos.
O ex-procurador pediu exoneração em novembro de 2021 com planos de disputar um cargo eletivo, em movimento similar ao feito antes pelo ex-juiz Sergio Moro. Disse que foi uma escolha para "fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção".
Em julgamento anterior, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) havia rejeitado os pedidos dos adversários de Deltan e deu andamento à diplomação, etapa final do processo eleitoral que permitiu a posse no Congresso Nacional no início do ano.
Nesta quarta (17), Deltan afirmou que perdeu o mandato por combater a corrupção.
"A verdade é uma só, perdi meu mandato porque combati a corrupção. Hoje é dia de festa para os corruptos e dia de festa para Lula", disse.
"Fui cassado por vingança. Fui cassado porque ousei o que é mais difícil no Brasil: enfrentar o sistema de corrupção", afirmou, em pronunciamento ao lado de parlamentares, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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