O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não deverá votar neste domingo (2), por orientação médica. Pessoas próximas a FHC lembram que o ex-presidente tem 91 anos. Por isso, o médico recomendou que evitasse o tumulto que marca os dias de votação.
No dia 22 de setembro, ele publicou uma nota em que afirma ter idade avançada e não ter mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral.
Na mensagem —antecipada pela coluna Painel e divulgada as redes sociais—, ele pede voto em quem tem compromisso com combate à pobreza e à desigualdade, gesto encarado por petistas como uma declaração velada de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Como é do conhecimento público, tenho idade avançada e, embora não apresente nenhum problema grave de saúde, já não tenho mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral".
"Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional", disse.
Aliados de Lula comemoraram a nota de FHC, como mostrou a Folha.
Coordenador de finanças da campanha de Lula, Márcio Macedo disse ter interpretado o post divulgado nas redes sociais do tucano como uma manifestação de apoio a Lula. Segundo Macedo, a publicação de FHC descreve a trajetória e o significado da candidatura do petista.
Na opinião do tesoureiro da campanha petista, FHC foi, no entanto, respeitoso com o PSDB, que apoia formalmente a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB). Por isso, FHC não teria citado o nome de Lula.
Coordenador de comunicação da campanha petista, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, diz que "a manifestação do presidente Fernando Henrique Cardoso é coerente com a sua história de vida e com o seu legado".
Para Edinho, a nota é muito boa. "Nunca foi tão importante a unidade dos democratas na defesa do Brasil. No dia 2, o nosso povo terá que fazer a escolha entre o Brasil moderno ou a barbárie, entre civilidade ou fascismo, em um momento histórico como esse não cabe omissão", disse Edinho Silva.
Segundo aliados do tucano, emissários de Lula chegaram a solicitar um encontro com o tucano. Mas não foi possível viabilizar a cobiçada fotografia.
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