Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Como foram as fusões e divisões de ministérios, de Sarney a Bolsonaro

Superministérios são reedições de antigas pastas que reuniam várias atribuições

Gráfico mostra a uniões e fusões de ministérios de Sarney a Bolsonaro

Uniões e fusões de ministérios de Sarney a Bolsonaro Folhapress

Simon Ducroquet
São Paulo

Eleito no segundo turno após vencer o petista Fernando Haddad, Jair Bolsonaro (PSL) definiu os 22 ministérios que vão compor seu governo.

Em campanha, o candidato prometeu reduzir de 29 para 15 o número de ministérios, mas depois de eleito, em 7 de novembro, esse número já tinha sido revisado para 18 pastas.

A estratégia inicial para enxugar o governo era fundir pastas, criando "superministros" com atribuições que no atual governo estão divididas entre vários ministros. Em vários casos, esse plano foi abortado.

Um dos poucos "superministérios" que sobreviveu foi o Ministério da Economia, que será chefiado por Paulo Guedes, e reunirá a Fazenda, o Planejamento e a Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Curiosamente, essas pastas já estiveram reunidas no passado, durante o governo Collor.

Veja abaixo como esses ministérios se fundiram e deram origem a outros desde o governo Sarney:
 

Sergio Moro comandará o Ministério da Justiça que passa a incluir a Segurança Pública. Até a gestão de Temer, as atribuições desses dois ministérios estavam reunidas na Justiça. O Ministério dos Direitos Humanos passa a se chamar Ministério das Mulheres, Família e Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves. Esse Ministério surgiu a partir de uma secretaria atrelada à Justiça no governo FHC, e posteriormente ganhou status de Ministério no governo Lula. 

O Ministério do Trabalho deixa de existir e terá suas atribuições divididas entre Cidadania, da Economia e da Justiça. A origem dessa pasta remonta ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, criado em 1930 por Getúlio Vargas. Em 1961, ele foi rebatizado para Ministério do Trabalho e Previdência Social. A Previdência ganhou posteriormente um Ministério próprio, mas essa independência teve idas e vindas, dependendo do Governo. Atualmente, ela está incorporada ao Ministério da Fazenda.

Quando começou a esboçar o futuro Governo, Bolsonaro demonstrou disposição em reunir Transportes, Portos, Aviação Civil e Comunicações sob o mesmo comando. Mas em 8 de novembro ele mudou os planos, indicando a criação de uma "Casa Civil da Infraestrutura", que reuniria Transportes e Minas e Energia, numa reedição do Ministério da Infraestrutura criado por Collor, e que foi depois desfeito por Itamar. Finalmente, Bolsonaro recuou e decidiu apenas renomear o já existente Ministério de Transportes, Portos, Aviação Civil para Ministério da Infraestrutura, que estará sob a tutela de Tarcísio Gomes de Freitas.

Bolsonaro também pretendia reunir a pasta de Educação, Cultura e Esportes, mas acabou revendo os planos e criou o Ministério da Cidadania, que passa a reunir Esportes, Cultura e Desenvolvimento Social. Com isso, Educação se mantém como uma pasta independente. Quando assumiu o governo, Sarney dividiu o então Ministério da Educação e Cultura em dois. Alguns anos depois, Itamar rebatizou a Educação para Educação e Desporto. Esse ministério foi novamente dividido para originar o Ministério dos Esporte e Turismo, nos anos FHC.

A previsão era de que a Casa Civil de Onyx Lorenzoni abarcasse também a Secretaria de Governo, mas esse plano também foi abortado, já que as duas pastas vão existir de forma independente. A Secretaria de Comunicação Social (Secom), que deixou de ter status de Ministério no Governo Temer, deve fazer parte da Secretaria de Governo

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