Deputados barram segunda den�ncia contra Michel Temer na C�mara
A C�mara dos Deputados barrou nesta quarta-feira (25) a segunda den�ncia da Procuradoria-Geral da Rep�blica contra o presidente Michel Temer. O peemedebista obteve 251 votos para impedir o andamento das investiga��es.
A oposi��o e dissidentes da base governista somaram 233 votos. Foram registradas 25 aus�ncias e duas absten��es.
Seriam necess�rios 342 votos para que o Supremo Tribunal Federal fosse autorizado a analisar a acusa��o contra Temer e dois de seus ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
A vota��o come�ou �s 19h04 e foi encerrada pouco depois das 21h30.
Apesar de os governistas terem levado oito horas para reunir o n�mero m�nimo de deputados para abrir a sess�o, o resultado repete o desfecho da an�lise da primeira den�ncia da PGR, em agosto.
Foram 12 votos pr�-Temer a menos do que naquela ocasi�o.
CASOS CONGELADOS
Os dois casos –acusa��o de corrup��o passiva na primeira e obstru��o da Justi�a e organiza��o criminosa, na segunda– ficam congelados e s� voltam a tramitar ap�s o fim do mandato de Temer, em janeiro de 2019.
O resultado encerra o conturbado momento pol�tico iniciado em maio com a divulga��o do �udio da conversa entre Temer e o empres�rio Joesley Batista.
Com base nesta dela��o e em outros elementos colhidos nas investiga��es, o ex-procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot assinou as duas den�ncias que colocaram sob risco o mandato de Temer –ele chegou a ser aconselhado a renunciar no momento seguinte � revela��o da conversa.
Nos �ltimos dias, o governo movimentou a m�quina p�blica federal para barrar a den�ncia.
No varejo, Temer e seus ministros receberam centenas de deputados em encontros isolados e prometeram a acelera��o da libera��o de verbas para os redutos eleitorais dos parlamentares, loteamento de cargos federais e outras benesses p�blicas.
No atacado, o presidente atendeu, entre outros, a pleitos hist�ricos da numerosa e poderosa bancada ruralista, que emplacou, entre outras medidas, regras que dificultam a demarca��o de terras ind�genas, facilitam renegocia��o de d�vidas rurais, enfraquecem a prote��o ambiental e o combate ao trabalho escravo.
Deputados aproveitaram para cobrar do governo a promessa de entregar cerca de 6.000 ambul�ncias feita �s v�speras da vota��o. De acordo com o presidente de um partido da base aliada, os ve�culos ser�o entregues a munic�pios por interm�dio das legendas, mas at� agora nada aconteceu.
O ministro da Sa�de, Ricardo Barros, disse � Folha que aguarda que o Legislativo aprove um cr�dito de R$ 6 bilh�es que ser�o utilizados para a aquisi��o das ambul�ncias. "Tem nada a ver com a vota��o. Isso � uma programa��o normal, com crit�rio t�cnico", afirmou.
Integrante da tropa de choque de Michel Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) comemorou vit�ria antes mesmo de o presidente estar matematicamente salvo.
Ele se aproximou de jornalistas fazendo uma dancinha e cantando "Tudo est� no seu lugar. Gra�as a Deus, gra�as a Deus".
RACHA TUCANO
Orientaram a favor de Temer PMDB, PP, Avante, PSD, PR, DEM, PTB, Pros, PSL, PRB, Solidariedade, PSC e PEN. Contra, PT, PSB, PDT, PC do B, Podemos, PPS, PHS, PSOL e Rede.
Ficaram em cima do muro (liberaram as bancadas) o PV e o PSDB –este o principal aliado do PMDB no governo.
O partido rachou durante a crise. De um lado, o grupo de A�cio Neves (MG), favor�vel a Temer, e de onde saiu o relat�rio favor�vel a ele. De outro, o de Geraldo Alckmin (SP) e Tasso Jereissati (CE), al�m da maioria dos deputados mais jovens do partido.
Nos discursos da sess�o desta quarta, Temer foi acusado por v�rios deputados de comprar votos para permanecer no poder. "N�o aceitamos que o presidente da Rep�blica tenha que trocar votos por trabalho escravo no pa�s", afirmou Alessandro Molon (Rede-RJ). "S�o movidos por dinheiro. S�o confessadamente movidos por dinheiro", disse Miro Teixeira (Rede-RJ).
Entre os defensores, discursou Wladimir Costa (SD-PA). "Para falar mal do presidente Temer tem que lavar a boca com soda c�ustica. Os avan�os est�o a�", discursou o deputado, que se notabilizou ao afirmar durante a an�lise da primeira den�ncia ter feito uma tatuagem do peemedebista em seu corpo.
Depois de questionamentos sobre a veracidade da homenagem vir � tona, ele admitiu que se tratava apenas de um desenho que sai com �gua e sab�o.
(RANIER BRAGON, DANIEL CARVALHO, BRUNO BOGHOSSIAN, MARINA DIAS, BERNARDO MELLO FRANCO, CAMILA MATTOSO)
Quem mudou os votos
Deputado: Jo�o Campos
Partido: PRB (GO)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: Jaime Martins
Partido: PSD (MG)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: Ronaldo Martins
Partido: PRB (CE)
Primeira vota��o: N�o
Segunda vota��o: Sim
-
Deputado: Mauro Mariani
Partido: MDB (SC)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: C�sar Halum
Partido: PRB (TO)
Primeira vota��o: N�o
Segunda vota��o: Sim
-
Deputado: Heuler Cruvinel
Partido: PSD (GO)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: C�cero Almeida
Partido: ODE (AL)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: Delegado �der Mauro
Partido: PSD (PA)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: Abel Mesquita Jr.
Partido: DEM (RR)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
-
Deputado: Carlos Gomes
Partido: PRB (RS)
Primeira vota��o: N�o
Segunda vota��o: Sim
-
Deputado: Jo�o Paulo Kleinubing
Partido: PSD (SC)
Primeira vota��o: Sim
Segunda vota��o: N�o
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