Em vit�ria folgada, Rodrigo Maia � reeleito presidente da C�mara
Alan Marques - 02.fev.2017/Folhapress | ||
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), eleito � presid�ncia da C�mara, comemora a vit�ria com parlamentares |
Um dos principais aliados do presidente Michel Temer no Congresso Nacional, Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, foi reeleito nesta quinta-feira (2) presidente da C�mara dos Deputados.
A vit�ria em primeiro turno, por 293 votos, lhe confere um mandato de dois anos em um cargo que, hoje, � o primeiro na linha sucess�ria da Presid�ncia da Rep�blica.
O �xito ocorre um dia depois de o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negar concess�o de liminar pedida por advers�rios para impedir a candidatura de Maia, j� que a Constitui��o veda a reelei��o, mas n�o � expl�cita sobre mandatos-tamp�es, que � o seu caso. O m�rito dessa quest�o ainda ser� julgado.
Maia tem ainda contra ele suspeitas de envolvimento no esc�ndalo de corrup��o na Petrobras –sob o apelido "Botafogo", ele � citado como benefici�rio de R$ 600 mil na dela��o da empreiteira Odebrecht, cujos detalhes ainda n�o vieram oficialmente a p�blico.
O presidente da C�mara ter� tamb�m que contornar a dissid�ncia na base de Michel Temer formada justamente pela elei��o desta quinta. Tr�s dos cinco advers�rios que derrotou –Jovair Arantes (PTB-GO), com 105 votos, J�lio Delgado (PSB-MG), com 28 votos, Jair Bolsonaro (PP-RJ), com quatro votos— s�o da base governista.
A oposi��o lan�ou dois candidatos, Andr� Figueiredo (PDT-CE), que teve 59 votos, e Luiza Erundina (PSOL-SP), com dez votos. A vota��o foi secreta.
Nos pouco mais de seis meses de mandato-tamp�o, Maia se notabilizou pela grande afinidade com o Pal�cio do Planalto, sendo classificado por advers�rios e aliados mais como um "l�der do governo" do que um presidente da C�mara. De fato, ele integrou a linha de frente da defesa e aprova��o da principal proposta legislativa de Michel Temer em 2016, a emenda � Constitui��o que congela os gastos federais pelos pr�ximos 20 anos.
Antes mesmo da vit�ria, o deputado j� prometeu "harmonia" com o governo federal nos pr�ximos anos. Nos bastidores, o Planalto trabalhou para reconduzir Maia.
Em 2017, o governo tem pela frente importantes vota��es na C�mara, sendo as principais as reformas do sistema previdenci�rio e trabalhista.
O deputado do DEM tamb�m atuou ativamente na tentativa frustrada da aprova��o de um projeto de anistia aos alvos da Opera��o Lava Jato.
Vota��o para presidente da C�mara -
TRAJET�RIA
Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia, Rodrigo Maia nasceu no Chile (quando o pai estava exilado) e est� no quinto mandato consecutivo de deputado federal.
Ele foi eleito em julho de 2016 para um mandato-tamp�o no comando da C�mara em decorr�ncia da ren�ncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). J� afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal sob o argumento de que usava a fun��o para atrapalhar as investiga��es sobre seu envolvimento no petrol�o, Cunha apoiou Rog�rio Rosso na ocasi�o.
Antes da chefia da C�mara, o principal cargo de Maia foi o de presidente do seu partido, o DEM. Ele comandou a sigla em meio � sua pior fase, de 2007 a 2011 (segundo mandato de Luiz In�cio Lula da Silva e parte do primeiro de Dilma Rousseff).
Foi sob seu comando que o partido assumiu o nome "Democratas", em uma tentativa de se livrar do desgaste acumulado pelo PFL (Partido da Frente Liberal), sigla capitaneada por muitos anos por caciques como Jorge Bornhausen (SC) e Antonio Carlos Magalh�es (BA).
O deputado protagonizou em 2012 um fiasco na elei��o para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Tendo como vice a deputada Clarissa Garotinho (PRB), sua chapa obteve apenas 2,94% dos votos v�lidos.
Ap�s isso, passou por certo ostracismo na C�mara at� ser resgatado politicamente por Eduardo Cunha. A rela��o pr�xima com o ex-presidente da C�mara lhe valeu a relatoria da reforma pol�tica em 2015.
Maia rompeu posteriormente com Cunha ao ser preterido por Andr� Moura (PSC-SE) –outro aliado do peemedebista– na escolha do l�der do governo Michel Temer na C�mara.
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