Grupo Odebrecht pagou US$ 1 bi em propinas em 12 pa�ses, dizem EUA
Paulo Whitaker/Reuters | ||
![]() |
||
Sede da Odebrecht em S�o Paulo |
Em documento tornado p�blico nesta quarta-feira (21), o DOJ (Departamento de Justi�a) dos Estados Unidos revelou que o grupo Odebrecht pagou US$ 599 milh�es em propinas para servidores p�blicos e pol�ticos brasileiros (ou R$ 1,9 bilh�o ao c�mbio atual) e mais US$ 439 milh�es (R$ 1,4 bilh�o) em outros 11 pa�ses, segundo documentos divulgados pelos EUA.
Do total repassado a brasileiros, segundo os americanos, US$ 349 milh�es sa�ram da construtora Odebrecht e US$ 250 milh�es da Braskem, o bra�o petroqu�mico da empreiteira.
Segundo o DOJ, os valores relativos � empreiteira s�o ligados a "mais de 100 projetos em 12 pa�ses, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Col�mbia, Rep�blica Dominicana, Equador, Guatemala, M�xico, Mo�ambique, Panam�, Peru e Venezuela".
Em troca dessas propinas, segundo o DOJ, a Odebrecht obteve pelo menos R$ 12 bilh�es, ao c�mbio de hoje, em benef�cios com contratos nesses pa�ses. O esquema de repasses, de acordo com as autoridades americanas, funcionou entre 2001 e 2016.
Os nomes dos pa�ses e os valores envolvidos eram desconhecidos no Brasil at� a publica��o do DOJ. Alegando sigilo, a PGR (Procuradoria Geral da Rep�blica), que conduz as dela��es dos funcion�rios da Odebrecht, nunca havia divulgado tais n�meros e informa��es.
A informa��o sobre os valores e pa�ses consta de um documento chamado "informa��es Odebrecht", que acompanha o acordo assinado entre Brasil e EUA nesta quarta-feira (21). O documento � assinado por dois investigadores do governo norte-americano, Robert L. Capers, procurador de Justi�a, e Andrew Weissmann, chefe da Se��o de Fraude da Divis�o Criminal do Departamento de Justi�a.
O documento descreve o pagamento de propinas em cada pa�s. Um dos valores mais altos foi ligado � Venezuela. S� naquele pa�s a Odebrecht pagou, segundo o DOJ, "aproximadamente US$ 98 milh�es em pagamentos corruptos para funcion�rios do governo e trabalhadores intermedi�rios em benef�cio deles na Venezuela no sentido de obter e manter contratos de obras p�blicas".
Em Angola, outro exemplo, entre 2006 e 2013 a Odebrecht teria pago "mais de US$ 50 milh�es em corrup��o para funcion�rios do governo de Angola no sentido de assegurar contratos em obras p�blicas". Em contrapartida, diz o DOJ, a Odebrecht "conseguiu benef�cios de aproximadamente US$ 261,7 milh�es como resultado desses pagamentos corruptos" somente naquele pa�s.
Segundo os EUA, s�o os seguintes os pa�ses e valores: em Angola a Odebrecht teria pago em propinas US$ 50 milh�es entre 2006 e 2013 por contratos no valor de R$ 261,7 milh�es; no Brasil, US$ 599 milh�es entre 2003 e 2016 (incluindo a Braskem); na Argentina, US$ 35 milh�es por contratos de US$ 278 milh�es no per�odo 2007-2014; na Col�mbia, US$ 11 milh�es entre 2009 e 2014 por contratos no valor de US$ 50 milh�es; na Rep�blica Dominicana, US$ 92 milh�es por contratos de US$ 163 milh�es de 2001 a 2014; no Equador, US$ 33,5 milh�es foram pagos de 2007 a 2016 por contratos de US$ 116 milh�es; na Guatemala, US$ 18 milh�es de 2013 a 2015 por contratos de US$ 34 milh�es; no Mo�ambique, foram pagos US$ 900 mil de 2011 a 2014; no Panam�, US$ 59 milh�es de 2010 a 2014 por contratos de US$ 175 milh�es; no Peru, propinas de US$ 29 milh�es entre 2005 e 2014 em rela��o a contratos de US$ 143 milh�es; na Venezuela, propinas de US$ 98 milh�es de 2006 a 2015; no M�xico, propinas de US$ 10,5 milh�es entre 2010 e 2014 por US$ 39 milh�es em contratos.
As autoridades norte-americanas afirmaram que a Odebrecht criou uma empresa chamada Smith & Nash Engineering Company, baseada nas Ilhas Virgens Brit�nicas, para operar atividades da Divis�o das Opera��es Estruturadas, retratada pela Opera��o Lava Jato como um bra�o criado pela Odebrecht para pagar propinas em diversos contratos. "S&N foi usada pela Odebrecht para levar adiante o esquema de propinas, esconder e disfar�ar pagamentos impr�prios feito em benef�cio de servidores p�blicos estrangeiros e partido pol�tico estrangeiros em v�rios pa�ses", afirma o documento do DOJ.
Editoria de arte/Folhapress | ||
![]() |
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade