Magistrados entram com dezenas de a��es contra jornalistas no PR
Ap�s publicarem uma reportagem sobre supersal�rios de ju�zes e promotores do Paran�, rep�rteres do jornal "Gazeta do Povo" est�o sendo processados em dezenas de cidades pelo Estado por magistrados que pedem indeniza��o por danos morais.
As a��es, em pelo menos 15 cidades, t�m obrigado os cinco jornalistas que assinaram o material a viajarem por dias seguidos �s audi�ncias. Os pedidos somam R$ 1,3 milh�o em indeniza��es.
Para o jornal, � uma tentativa de intimida��o da imprensa. A Amapar (Associa��o dos Magistrados do Paran�) nega e diz que os ju�zes exerceram o seu direito.
O caso guarda semelhan�a com a enxurrada de a��es contra a Folha em 2008, quando a ent�o rep�rter especial Elvira Lobato foi processada por dezenas de fi�is da Igreja Universal por uma reportagem sobre o patrim�nio da organiza��o.
No Paran�, os ju�zes e dois promotores de justi�a, que entraram com 36 a��es individuais at� aqui, reclamam de terem sido "ridicularizados" ap�s o jornal ter afirmado que eles recebem supersal�rios.
A reportagem, publicada em fevereiro, compilou dados p�blicos para mostrar que, somados benef�cios, a remunera��o total de magistrados e promotores ultrapassa o teto do funcionalismo p�blico.
A Associa��o dos Magistrados do Paran� declarou na �poca que o jornal prestava um "desservi�o" e argumentou que todos os pagamentos estavam dentro da lei, j� que f�rias, 13� e outros benef�cios n�o se somam ao teto. O jornal argumenta que seu objetivo era "expor e debater o sentido do teto constitucional".
A��O COORDENADA
Os jornalistas j� sofreram uma primeira condena��o, de R$ 20 mil. Na decis�o, o julgador acusa a "Gazeta do Povo" de "agir de maneira descuidada" e "pejorativa".
A defesa do jornal sustenta que as peti��es iniciais s�o praticamente id�nticas e fala em "a��o coordenada".
Em audi�ncia recente, um dos magistrados que recorreu � Justi�a declarou, segundo grava��o citada em recurso, que "muitas outras [a��es] vir�o". "N�s nos mobilizamos e montamos um grupo", disse o juiz Walter Ligeiri Junior.
A Associa��o dos Magistrados do Paran� nega haver a��o coordenada ou intimida��o. "A imprensa deve ser livre. Mas, se abuso houver, ele deve ser reparado", defendeu a associa��o, em nota. Nesse caso, diz, a reportagem sugeriu que os ju�zes estariam praticando um ato il�cito, recebendo acima do teto.
A defesa da "Gazeta do Povo" recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), argumentando que nenhum magistrado no Paran� � isento para julgar a causa, mas o pedido de suspender as a��es foi negado.
A ANJ (Associa��o Nacional de Jornais) declarou ser "absolutamente solid�ria" � Gazeta do Povo e disse que o caso � "uma ofensa ao exerc�cio do jornalismo e � liberdade de imprensa".
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