Corre��o de erros e direito de resposta ainda s�o desafio, dizem ombudsmans
Na terceira mesa de debates do Encontro Folha de Jornalismo, nesta quinta (18), no MIS (Museu de Imagem e do Som), ex-ombudsmans e jornalistas que ainda ocupam esse cargo disseram que a corre��o dos erros e o direito de resposta ainda s�o uma fronteira a ser cruzada pelos ve�culos de comunica��o.
Mediado pela atual ombudsman da Folha, Vera Guimar�es Martins, o painel teve a participa��o de Caio T�lio Costa, primeiro a ocupar o posto na Folha, Junia Nogueira de S�, que tamb�m exerceu essa fun��o, e T�nia Alves, do cearense "O Povo".
A Folha foi o primeiro jornal a criar essa fun��o, em 1989. Segundo Vera Guimarāes Martins, ela "vai um passo al�m da cole��o de erros porque exp�e o jornal, o que � inc�modo". Desde a cria��o do posto pela Folha, somente o jornal cearense "O Povo" replicou a experi�ncia que, nos EUA, Jap�o e pa�ses da Europa, � mais frequente.
"Eu esperava que 25 anos depois, essa sala estaria cheia de ombudsmans", disse Junia Nogueira de S�. "Infelizmente, somos animais raros nesse zool�gico."
Para ela, que atua com comunica��o corporativa, se os ve�culos de imprensa pretendem sobreviver em um mundo dominado pela tecnologia ter�o, obrigatoriamente, que se deparar com seus erros e uma forma efetiva de corrigi-los.
"Estamos no limiar de virar a m�dia referencial da sociedade, n�o importa onde [papel ou digital], ou ser igual a todos", disse Nogueira de S�. "Hoje todo mundo virou produtor de conte�do. Se eu quero sobreviver nessa selva como refer�ncia, preciso ser � prova de erros."
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Da esq. para a dir.: Caio T�lio Costa, T�nia Alves, Junia Nogueira de S� e Vera Guimar�es |
DIREITO DE RESPOSTA
Para Caio T�lio Costa, os jornais deveriam ter se antecipado ao governo na elabora��o de uma forma efetiva de garantir o direito de resposta. "Nenhuma democracia resolveu essa quest�o a contento", disse. "Acho uma vergonha para os jornais. As institui��es jornal�sticas n�o se organizaram para criar um mecanismo pr�prio, que defenda o direito de resposta das v�timas da imprensa, algo parecido com o Conar, no sentido da autorregulamenta��o."
Apesar das defici�ncias da lei, que j� teve artigos vetados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a ombudsman do jornal cearense "O Povo" acredita que a nova lei n�o traz tantos desafios, especialmente para jornais de menor porte.
"Ela [a lei] s� refor�a aquilo que deve ser o principal. A gente tem que apurar o que � verdade e questionar a si mesmo e o seu trabalho. Isso � o que nos leva para frente," disse.
O Encontro Folha de Jornalismo celebra os 95 anos do jornal. Nesta quinta (18) e sexta (19), oito mesas, quatro a cada dia, abordam temas como: a import�ncia crescente do jornalismo profissional, a lei que regulamenta o direto de resposta, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a rela��o entre imprensa e governo na Argentina e na Venezuela.
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