Ap�s acordo com Procuradoria, executivos da Andrade deixam pris�o
Paulo Lisboa - 20.jun.15/Folhapress | ||
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Ot�vio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, quando foi preso na Lava Jato |
Presos h� oito meses na 14� fase da Opera��o Lava Jato, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Ot�vio Marques de Azevedo e o ex-diretor Elton Negr�o foram transferidos para o regime domiciliar nesta sexta-feira (5) ap�s assinarem acordo de dela��o premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da Rep�blica).
Os dois ser�o monitorados com uso de tornozeleira eletr�nica.
A colabora��o, que ainda precisa ser homologada pelo ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Teori Zavaski, est� sendo negociada h� mais de quatro meses por advogados da empreiteira com a for�a-tarefa de Curitiba e procuradores de Bras�lia.
Pelo acordo, a Andrade vai pagar a maior multa da Lava Jato at� agora (R$ 1 bilh�o). Seus executivos se comprometeram a revelar informa��es sobre os pedidos de doa��es eleitorais para a campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff (PT).
O caso preocupa o Planalto por citar figuras centrais do governo, como o assessor especial da presid�ncia Giles Azevedo e o ministro-chefe da Secretaria de Comunica��o, Edinho Silva –ambos negam ter praticado qualquer irregularidade durante a elei��o de 2014.
Os executivos tamb�m devem revelar que houve pagamento de propina em uma s�rie de obras de est�dios da Copa do Mundo nas quais a empreiteira atuou, sozinha ou em cons�rcio. Entre eles est�o a reforma do Maracan�, no Rio de Janeiro (RJ), do Man� Garrincha, em Bras�lia (DF), do Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), e da Arena da Amaz�nia, em Manaus (AM).
O acordo contempla ainda confiss�o de pagamento de suborno na constru��o da usina hidrel�trica de Belo Monte, no Par�, na usina nuclear Angra 3, no Rio, e na ferrovia Norte-Sul.
Na negocia��o dos termos da dela��o, segundo a Folha apurou, Azevedo n�o se comprometeu a falar sobre a opera��o de compra de participa��o na Gamecorp, que tem entre os s�cios F�bio Lu�s Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula, pela antiga Telemar –a operadora de telefonia tinha a Andrade entre seus controladores.
A dela��o tamb�m n�o contempla, ao menos at� o momento, informa��es sobre o senador tucano A�cio Neves (MG), que mantinha rela��o pr�xima com a c�pula da empreiteira.
Al�m de Ot�vio Azevedo e de Elton Negr�o, outros nove executivos do grupo negociam dela��o premiada em troca de apresentarem fatos novos referentes a contratos com a Petrobras em que houve pagamento de propina.
O in�cio das tratativas para o acordo da c�pula da Andrade foi revelado pela Folha em novembro de 2015.
Com a assinatura da dela��o, o juiz Sergio Moro, respons�vel pela Lava Jato na primeira inst�ncia, suspendeu o andamento da a��o penal sobre a empreiteira, que j� se encontrava na fase de apresenta��o das alega��es finais da defesa.
Azevedo foi denunciado pelo MPF (Minist�rio P�blico Federal) por corrup��o, lavagem de dinheiro e participa��o em organiza��o criminosa. J� Negr�o � acusado de lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
No m�s passado, a Procuradoria pediu a condena��o da c�pula da empreiteira alegando que ela pagou cerca R$ 243 milh�es de propina em contratos da Petrobras entre os anos de 2007 e 2010.
LENI�NCIA
No acordo assinado com a Procuradoria, a Andrade Gutierrez se comprometeu a fazer tamb�m um acordo de leni�ncia com a CGU (Controladoria Geral da Uni�o) em que pagar� a multa de R$ 1 bilh�o. O objetivo da empresa � ter a permiss�o de continuar realizando contratos com poder p�blico, respons�vel por quase a metade de sua receita.
At� o momento, a maior indeniza��o paga por uma empresa na Lava Jato havia sido de R$ 700 milh�es, valor desembolsado pela Camargo Corr�a, que tamb�m assinou leni�ncia.
Procurado, o advogado Celso Vilardi, que negociou o acordo para a empreiteira, n�o quis se pronunciar.
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