Posto de gasolina no DF motivou opera��o
� primeira vista parece um posto de gasolina como milhares de outros no pa�s.
Localizado no setor hoteleiro sul de Bras�lia, a cerca de 3 km do in�cio da Esplanada dos Minist�rios, seus 85 funcion�rios, em turnos, cuidam da lanchonete, da pastelaria, da loja de conveni�ncia e das 16 bombas de abastecimento –que atendem entre 3.000 e 3.500 ve�culos por dia, segundo os dados fornecidos pela ger�ncia.
H� tamb�m no posto –e aqui o cen�rio come�a a se complicar– uma casa de c�mbio de valores, fechada desde a manh� de 17 de mar�o deste ano, quando a Pol�cia Federal cumpriu ali um dos 81 mandados de busca e apreens�o daquele dia.
Sergio Lima - 14.nov.2014/Folhapress | ||
![]() |
||
Posto da Torre, no qual Carlos Habib Chater operava uma casa de c�mbio no DF |
Era o in�cio da Opera��o Lava Jato, que investiga uma s�rie de fraudes em licita��es e corrup��o de servidores p�blicos na Petrobras.
Conforme atestam documentos do inqu�rito da PF, a investiga��o ganhou esse nome em refer�ncia ao Posto da Torre. Por ironia, l� existe uma lavanderia de roupas, mas nem sinal de um lava-jato para carros.
"Aqui funciona h� 50 anos, nunca houve lava-jato", diz o gerente Rog�rio Frony.
Em "Breaking Bad", seriado da TV norte-americana de enorme sucesso, um professor envolvido com a produ��o de droga sint�tica decide comprar um lava-jato para dar apar�ncia de legalidade ao dinheiro proveniente do crime. No seriado, o neg�cio � descoberto e ele acaba em maus len��is. Na vida real n�o foi diferente.
O dono do Posto da Torre, Carlos Habib Chater, 45, foi preso em mar�o e at� a �ltima sexta permanecia encarcerado na penitenci�ria de S�o Jos� dos Pinhais, no Paran�.
H� cerca de 20 anos Chater tem problemas com a lei. Antes da Lava Jato, ele foi indiciado pela PF e denunciado pelo Minist�rio P�blico junto com seu pai, Habbib Salim El Chater, nascido em 1935 na localidade de Karm Asfour, no L�bano, por "operar casa de c�mbio sem a devida autoriza��o" do Banco Central.
Em 2008, o nome de Chater voltou a aparecer em uma investiga��o da PF que averiguava participa��o do deputado federal Jos� Janene (PP-PR), morto em 2010.
Ao longo de meses, desde 2013, ele teve seus telefones interceptados pela PF. Nas conversas, segundo a pol�cia, surgiram ind�cios de que Chater operava remessas de dinheiro para o exterior por meio do chamado "d�lar-cabo", uma modalidade clandestina e ilegal.
"Se precisar de uma conta para colocar reais, e depois transferir para outro lugar, eu te arrumo", diz Chater numa das grava��es. Ele atuava em conex�o com outro doleiro, Alberto Youssef.
Segundo a PF, o Coaf (unidade de intelig�ncia financeira do governo federal) detectou movimenta��es financeiras de R$ 124 milh�es "em opera��es financeiras suspeitas" do grupo de Carlos Chater.
Em depoimento � Justi�a Federal, o gerente geral do posto de gasolina, Ediel Viana da Silva, afirmou que no local havia entregas de dinheiro em esp�cie para pol�ticos de Bras�lia.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade