Laerte Coutinho, cartunista da Folha, começou a se identificar e a viver como mulher a partir dos 60 anos. No podcast Se ela não sabe, quem sabe?, a artista, hoje com 72 anos, fala a Tati Bernardi sobre a transgeneridade: "Qualquer mulher está fingindo que é mulher". E completa: "Esse modo de ser não foi a natureza que ensinou".
No episódio desta sexta-feira (7), ela trata também de afeto e de sexualidade, de trabalho e de luto.
"O que aconteceu depois da morte do meu filho [Diogo, em 2005] é tão grande quanto misterioso. Eu não consigo mais ter tesão com música. Relacionamentos eu deixei de ter. Tem um modo como essas coisas alteram a gente, impactam a gente, que é desconhecido. Certas coisas que nem a análise me ajudou a entender."
Laerte conta que chegou a pensar em parar de desenhar, acabou entrando em um processo de revisão do próprio trabalho e encontrou um modo de expressão que a interessava. "Ter interesse é uma coisa salvadora, fazer algo que dê interesse e estimule."
No podcast, Tati conversa com grandes nomes das artes, dos negócios e da ciência para que eles tragam respostas essenciais para pessoas de todas as idades. O projeto foi inspirado no americano "Wiser Than Me", em que a atriz Julia Louis-Dreyfus conversa com mulheres mais velhas e "mais sábias" do que ela, que tem 63 anos.
Já foram entrevistadas Fernanda Torres, Zezé Motta, Luiza Trajano, Bruna Lombardi e Dira Paes.
O podcast é publicado às sextas-feiras nas principais plataformas de áudio. O projeto é coordenado pela editoria de Podcasts da Folha e pela iniciativa Todas, e tem produção do Zamunda Studio.
SE ELA NÃO SABE, QUEM SABE?
ONDE Nas principais plataformas
QUANDO Sextas, às 8h
Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis.
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