Os trabalhadores domésticos são cerca de 5,8 milhões de pessoas no Brasil, quase 6% da força de trabalho no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas ainda encontram dificuldades para ter direitos reconhecidos. Falhas na legislação trabalhista e heranças do período escravista marcam as relações com empregadas domésticas —a maioria, mulheres negras— no país, segundo uma pesquisa do Afro-Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
O estudo "Mulheres Negras e o Mercado de Trabalho", feito pelas pesquisadoras Taina Silva Santos, Márcia Lima e Lorena Telles, aponta que uma história de mais de 300 anos de escravidão tornam o trabalho doméstico e a figura da empregada centrais na forma como o Brasil se constituiu, e afirma que a relação entre patrão e empregada é representativa de questões de classe, gênero, raça e trabalhistas.
A profissão sempre foi precarizada, com salários baixos e horários de trabalho mal definidos —principalmente se a trabalhadora mora na casa do patrão. As trabalhadoras domésticas só tiveram direitos reconhecidos como categoria há pouco mais de dez anos, com a promulgação da PEC das Domésticas pelo Congresso Nacional em 2013. A legislação foi de autoria da deputada federal Benedita da Silva (PT) e obrigou a assinatura da carteira de trabalho dessas profissionais.
No episódio desta segunda-feira (29), o Café da Manhã conversa com Taina Silva Santos, mestra em História Social pela Unicamp e uma das autoras da pesquisa do Afro-Cebrap. Ela explica a centralidade dessa profissão no Brasil e as dificuldades que as empregadas domésticas enfrentam mesmo mais de uma década depois da aprovação da PEC.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
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O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Gabriela Mayer e Magê Flores, com produção de Carolina Moraes, Lucas Monteiro e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann e Raphael Concli.
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