Com o envelhecimento da população do país, é importante o movimento do Congresso Nacional no sentido de fortalecer o sistema de saúde para o cuidado dos pacientes que têm doença de Alzheimer e outros tipos de demência.
Hoje, 11% dos brasileiros têm mais de 65 anos. Em 2050, projeta-se que serão mais de 20% e, em 2070, a taxa chegará a quase 30%. Assim, os diagnósticos de transtornos degenerativos neurológicos, comuns com o avanço da idade, tendem a crescer.
O fenômeno é global. De acordo com a OMS, mais de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência no mundo; em 2050, o número saltará para 144 milhões.
No Brasil, a Associação Brasileira de Alzheimer aponta 1,7 milhão nessa situação, sendo que 55% dos casos são de Alzheimer. Em 30 anos, serão 5,5 milhões.
O projeto de lei 4.364/20, aprovado pelo Legislativo e aguardando sanção presidencial, institui diretrizes e prioridades para o tratamento dessas doenças, como apoio à atenção primária, capacitação de profissionais, observação de orientações de entidades internacionais, pesquisa de medicamentos e abordagem interdisciplinar.
Este último ponto é fundamental, já que o tratamento envolve não apenas terapia farmacológica, mas a atuação de neurologistas, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e cuidadores, reabilitação e cuidados paliativos.
O diploma estipula ainda oferta de suporte às famílias dos pacientes. Nesse caso, as mulheres são as mais afetadas —estudo da Unifesp aponta que 9 em cada 10 cuidadores informais são do sexo feminino, e muitas delas relatam sofrer com algum transtorno psicológico, como depressão e ansiedade.
É preciso que estados e municípios se esforcem para colocar as diretrizes em prática. Para isso, é necessário alocar recursos de modo sensato, com base em evidências.
Para lidar com a crescente pressão sobre o SUS gerada pelo envelhecimento populacional, o governo federal também precisa desenhar uma política orçamentária eficiente. É preciso agir com racionalidade agora, para garantir um futuro digno aos idosos brasileiros.
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