Não por acaso, o mês de novembro merece ser visto como um mês de representatividade, no qual datas como o Dia da Favela, comemorado nesta sexta-feira (4), e 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, sejam enxergadas como um momento de despertar.
Somos cidadãos com sonhos, anseios e não queremos viver com o estigma de marginalizados.
Queremos aparecer, e isso tem acontecido graças às lideranças, que têm se levantado para dar voz às representações sociais em tempos de desigualdade.
Não queremos ser vitimizados, até porque as nossas conquistas estão alcançando lugares antes inimagináveis. A percepção negativa relacionada às favelas está sendo dissolvida. Hoje não podemos vincular todos os moradores de favelas à criminalidade ou à pobreza extrema.
Precisamos de ajuda sim, mas estamos comprometidos em tomar posição e mostrar a potência que se aglutina em cada pedaço de terra, debaixo de cada telhado, atrás de portas e janelas que abrigam famílias brasileiras que nutrem fé e esperança.
O Instituto Favela Diz divulgou uma pesquisa com perfil sociodemográfico, informações sobre o mercado de trabalho, consumo de produtos, marcas e acesso aos meios de comunicação.
A favela está conectada aos meios de comunicação e acessa massivamente a internet, as redes sociais, assiste à TV aberta e a cabo. Além disso, a tecnologia alavanca e democratiza a informação de outros meios, como o celular —via WhatsApp e jornal.
Existe uma vibração constante e positiva que pulsa no coração das favelas, um clamor coletivo que nos desperta para a esperança; são vozes de resiliência e força. Somos um modelo coletivo, apto a ocupar os melhores e mais altos lugares de poder dentro de uma sociedade.
Debater as melhorias aos moradores das favelas é um assunto que necessita ser amplamente discutido em pautas e projetos habitacionais.
O Dia da Favela não é só uma data para ser lembrada todo dia 4 de novembro: precisamos de atuações mais efetivas, para que a luta pelos direitos dos trabalhadores e a importância dessa população que trabalha, estuda e contribui ativamente para a economia do país seja vista como um ciclo em constante movimento e evolução.
As ações, principalmente para os acontecimentos pontuais neste dia tão importante, devem ser constantes —uma extensa luta pela liberdade, aceitação e reconhecimento de uma jornada longa, mas persistente e vitoriosa.
Potencializar e incentivar o que vem dando certo nas favelas do Brasil é bom para o país, para a economia e para a população em geral. Afinal, empreender é de favela.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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