Aos que pretendem se candidatar nas eleições deste ano, um recado: se você é pela família, pela sustentabilidade, pela justiça social, pelo crescimento econômico, pelo emprego e pela renda, contra o crime, seja qual for a sua bandeira, você é e tem que ser pela educação. Caso contrário, tudo é promessa vazia.
Educação não é apenas importante, mas uma exigência para nossa sobrevivência, como indivíduos e como nação. É a condição mais urgente para a reconstrução do país.
Neste ano vamos escolher de que lado realmente estamos. Gerações passadas optaram por uma série de estratégias com vistas ao desenvolvimento do Brasil, porém com resultados muito limitados e insuficientes para promover crescimento sustentável, distribuição maior de renda, menos violência e corrupção, mais saúde e uma democracia mais forte.
Tentamos vários caminhos, sempre evitando investir em nossa gente. Será que não acreditamos em nós mesmos? Sim, claro, a economia tem que funcionar, ajustes e reformas precisam ser feitos, a infraestrutura necessita avançar, as instituições devem rumar para o caminho da solidez.
Qual o alcance disso tudo, contudo, sem pessoas preparadas, sem inovação, sem conhecimento ampliando-se e disseminando-se?
É o que vivemos: uma eterna frustração, que se perpetuará enquanto não priorizarmos a educação pública de qualidade para todos.
A nosso favor, por incrível que pareça, está o fato de vivermos uma profunda crise de múltiplas dimensões. Países que colocaram a educação no centro de seu projeto de nação fizeram-no porque também estavam em crise: a Austrália, depois do enfraquecimento da Commonwealth; a Finlândia, a partir do esfacelamento da União Soviética; a Coreia do Sul e a Polônia, após as duas grandes guerras e, mais recentemente, Portugal, em decorrência de sucessivas crises econômicas.
Além de posicionarem o ensino como eixo principal de seus projetos de desenvolvimento social e econômico, esses países escolheram bem suas metas educacionais, fizeram um planejamento de longo prazo e colocaram em prática suas políticas.
Isso se nota não apenas nesses casos, como também no de algumas cidades e Estados brasileiros capazes de mudar o patamar de qualidade em muito menos tempo. Não é necessário esperarmos décadas para darmos o salto: bastam três gestões, 12 anos, para uma revolução na educação brasileira. E ela precisa começar agora.
O Brasil já conta com um programa de metas, o Plano Nacional de Educação, mas ele não é, e nem deveria ser, um planejamento estratégico. Os governos carecem de uma perspectiva de longo prazo que atravesse gestões.
Para avançarmos precisamos do sequenciamento correto das políticas, progressividade e a condição mais importante excelência na implementação, para que essas diretrizes cheguem à sala de aula e, de fato, a melhorem.
O desenvolvimento social e econômico que almejamos não pode ser alcançado sem educação não apenas como propulsora de uma nação à altura do protagonismo que deveria exercer, mas como fio condutor de histórias de vida menos cruéis, apartadas, ceifadas por um destino selado muitas vezes em seus primeiros anos.
A narrativa que queremos contar no futuro é outra: a de uma geração que mudou o rumo da nação, que resolveu confiar nos brasileiros para a construção de um país melhor para todos.
O que pode unir essa nação dividida é a certeza de que a educação pode ser a propulsora de um novo tempo. Sem retórica inflamada ou salvacionista, mas com ações vigorosas, corajosas e efetivas. Aos que pretendem se candidatar às eleições deste ano, educação já!
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.