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Crian�as haitianas enfrentam barreira lingu�stica para aprender
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FL�VIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PR�NCIPE (HAITI)
St�phanie Bien-Aim� diz que, de vez em quando, pede � professora para falar em cre�le, e n�o em franc�s, para explicar uma equa��o de matem�tica.
Veja os estudantes pelas lentes do fot�grafo Caio Guatelli
"Eu entendo mais f�cil. V�rios alunos pedem", conta, ao lado das colegas. Todas com blusas brancas impec�veis e saia com detalhes em xadrez, estilo liceu franc�s.
Ainda assim, St�phanie preferia estudar num col�gio em que n�o se falasse cre�le de jeito nenhum. "H� um que n�o se pode falar em cre�le nem com os colegas no recreio", afirma.
Caio Guatelli-22.mar.11/Folhapress | ||
Meninas haitianas em escola de Porto Pr�ncipe exclusiva para mo�as |
A rela��o de depend�ncia e rejei��o da aluna em rela��o ao cre�le, a l�ngua de 80% dos haitianos, � parte de uma complexa e antiga quest�o do sistema educacional do pa�s, que reemerge com a reconstru��o ap�s o terremoto de janeiro de 2010, que deixou mais de 300 mil mortos.
Para um grupo de linguistas e educadores --na ilha e na di�spora-- s� a ado��o do cre�le como a l�ngua de ensino integral no Haiti acabar� com uma esp�cie de "apartheid lingu�stico" que vigora no primeiro pa�s da Am�rica Latina a obter independ�ncia da metr�pole (a Fran�a, no in�cio do s�culo 19).
"Muitos dos professores n�o s�o fluentes em franc�s. E as crian�as tamb�m n�o. Ent�o, as crian�as n�o entendem nem franc�s nem matem�tica nem ci�ncia", diz Michel DeGraff, haitiano professor de lingu�stica do MIT (Massachusetts Institute of Technology), renomada institui��o sediada nos EUA.
REFORMA EDUCACIONAL
Franc�s e cre�le s�o l�nguas oficiais no pa�s desde o fim dos anos 80. O cre�le � um idioma que mistura, al�m de elementos da l�ngua da antiga col�nia, termos africanos e oriundos do espanhol.
Uma reforma educacional, dez anos antes, estabeleceu o idioma nativo como o de alfabetiza��o e o principal nos primeiros anos de ensino.
Nos anos seguintes da escola, segundo a reforma, o franc�s passa a ser dominante, e o cre�le segue como segunda l�ngua. A mudan�a nunca foi implementada totalmente, e as melhores escolas privadas e algumas p�blicas resistem ao cre�le, s�mbolo da massa pobre do pa�s.
Em geral, na escola prim�ria, os professores fazem apontamentos em franc�s, mas explicam em cre�le. A maior parte dos livros-texto ainda est� em franc�s.
As estimativas n�o est�o atualizadas, mas em geral se diz que menos de 20% dos haitianos s�o fluentes em franc�s --falado e escrito.
E a l�ngua, em geral, � a barreira para conseguir um bom emprego.
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