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30/11/2010 - 17h14

WikiLeaks revela que EUA mant�m arsenal nuclear da Guerra Fria na Europa

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DAS AG�NCIAS DE NOT�CIAS

Documentos diplom�ticos americanos vazados pelo site WikiLeaks nesta semana revelaram que os Estados Unidos ainda mant�m um arsenal de armas nucleares t�ticas da �poca da Guerra Fria na Europa, al�m de sua localiza��o detalhada. A Otan (Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte) condenou o vazamento como "irrespons�vel e perigoso", mas n�o confirmou diretamente a exist�ncia das armas.

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Segundo os telegramas diplom�ticos, a maioria das bombas nucleares t�ticas dos EUA est�o na B�lgica, Alemanha, Holanda e Turquia. Apesar da suspeita sempre ter existido, Otan e outros governos se recusavam a confirmar formalmente a exist�ncia das armas. A lista incluiria ainda a It�lia e o Reino Unido, pa�ses n�o citados nos documentos do WikiLeaks.

Armas nucleares t�ticas, ou n�o estrat�gicas, s�o normalmente de curto-alcance e incluem m�sseis terra-terra com alcance de menos de 500 km e armas lan�adas do ar ou do mar com alcance de menos de 600 km. As armas estrat�gicas compreendem bombas com potencial para destrui��o em massa. Especialistas ressaltam que as armas t�ticas podem ser mais perigosas que as estrat�gicas, j� que s�o menores e mais vulner�veis a roubo.

As bombas B-61, mais antiga arma nuclear dos EUA, foram fabricadas na d�cada de 50. Elas eram parte do esfor�o de Washington para demonstrar comprometimento com a defesa dos pa�ses da Otan durante a Guerra Fria, instalando-as em potenciais campos de batalha.

Recentemente, v�rios ex-pol�ticos europeus pediram a remo��o das armas, dizendo que elas n�o t�m mais prop�sito pr�tico. Mesmo assim, o arsenal nuclear continua no centro da nova doutrina da Otan, conhecida como "Conceito Estrat�gico" e adotada durante c�pula em Lisboa (Portugal), neste m�s.

Um dos documentos revelados pelo WikiLeaks retrata uma conversa, em 10 de novembro de 2009, entre o embaixador americano na Alemanha, Philip D. Murphy, o secret�rio-assistente dos EUA Philip Gordon e o conselheiro de pol�tica externa da Alemanha, Christoph Heusgen.

Gordon questionou como o governo alem�o planejava retirar todas as armas nucleares remanescentes no pa�s e alertou que era importante que Berlim pesasse bem as consequ�ncias antes de agir. Como exemplo, Gordon afirmou que, se os EUa retirassem as armas da Alemanha, Holanda e da B�lgica, seria politicamente imposs�vel manter as armas americanas na Turquia --um pa�s que precisa do arsenal.

Heusgen, em reposta, disse que esta era uma proposta especificamente do ministro de rela��es Exteriores, Guido Westerwelle, e ressaltou que a chanceler Angela Merkel n�o tinha nada a ver com a hist�ria. O ministro, afirma, segundo o documento, "adora esse neg�cio de desarmamento".

Ele disse ainda que, em sua opini�o, n�o fazia sentido retirar unilateralmente as 20 armas nucleares t�ticas que ainda est�o na Alemanha, enquanto a R�ssia mant�m "milhares delas". Se a retirada for unilateral, afirma Heusgen, a R�ssia vai "sentar e rir" do tema.

As estimativas de especialistas apontam que os EUA t�m 1.100 armas nucleares t�ticas em solo nacional e outros pa�ses. A R�ssia, por sua vez, teria cerca de 2.000.

Os dois pa�ses assinaram em abril uma nova vers�o do Start, acordo de desarmamento nuclear que pede por uma redu��o nos arsenais estrat�gicos dois dois pa�ses. O Senado americano, contudo, ainda n�o aprovou o documento e lan�a preocupa��es do que pode acontecer em 2011, quando o primeiro Start expira.

PERIGOSO

A Otan n�o comentou especificamente a revela��o do arsenal, mas criticou o WikiLeaks por vazar informa��es sigilosas. "N�s condenamos fortemente o vazamento de documentos confidenciais", disse a porta-voz Oana Lungescu.

"N�o importa se o material vazado � diplom�tico ou militar, ele coloca a vida de civis e militares em risco", acrescentou. "� ilegal, irrespons�vel e perigoso".

Desde domingo, 250 mil documentos confidenciais da diplomacia americana est�o sendo revelados pelo WikiLeaks. Os papeis abordam temas que v�o do programa nuclear iraniano aos esfor�os dos EUA para espionar autoridades estrangeiras e at� mesmo a suposta oculta��o da pris�o de terroristas no Brasil.

Os chamados "cables" revelam detalhes secretos --alguns bastante curiosos-- da pol�tica externa americana entre dezembro de 1966 e fevereiro deste ano, em um caso que come�a a ficar conhecido como 'Cablegate'.

S�o 251.288 documentos enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de pol�tica externa, 122.896, de assuntos internos dos governos, 55.211, de direitos humanos, 49.044, de condi��es econ�micas, 28.801, de terrorismo e 6.532, do Conselho de Seguran�a da ONU (Organiza��o das Na��es Unidas).

O site, que j� causou outras saias-justas para os EUA com a revela��o de documentos secretos das guerras no Afeganist�o e Iraque, tornou p�blico um mundo secreto dos bastidores da diplomacia internacional. A maioria representa retratos cr�ticos dos EUA a l�deres estrangeiros, desde aliados como a Alemanha, It�lia e Afeganist�o, a na��es como L�bia e Ir�.

Dificilmente, contudo, estes documentos devem prejudicar os la�os diplom�ticos de Washington. Com a antecipa��o do conte�do dos documentos pela imprensa, a Casa Branca lan�ou uma campanha na semana passada para alertar os pa�ses que seriam provavelmente citados sobre o conte�do das revela��es e alertou ainda o Congresso americano sobre o que estariam nos documentos.

De qualquer forma, o secret�rio de Justi�a e procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, informou nesta segunda-feira que abriu uma investiga��o criminal sobre o vazamento, que "p�e em perigo n�o s� indiv�duos e diplomatas, mas tamb�m a rela��o que temos com nossos aliados no mundo todo".

Ele explicou que o processo ser� aberto com apoio do Departamento de Defesa, para determinar quem s�o as pessoas respons�veis pelo vazamento. "N�o posso adiantar os resultados, mas a investiga��o criminal est� em marcha", disse a jornalistas.

O presidente americano, Barack Obama, ordenou ainda nesta segunda-feira que todas as ag�ncias do governo revejam seus procedimentos de seguran�a para proteger informa��es confidenciais.

Segundo um comunicado obtido pela ag�ncia de not�cias Associated Press, o Escrit�rio de Gerenciamento e Or�amento afirmou �s ag�ncias que estabele�am equipes de seguran�a para garantir que seus funcion�rios n�o tenham acesso amplo a informa��es classificadas que n�o sejam essenciais para seu trabalho.

 

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