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Israel prorroga proibição da Al Jazeera sob argumento de ameaça à segurança

Emissora do Qatar deve ficar ao menos mais 45 dias sem direito a transmitir guerra na Faixa de Gaza

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Jerusalém | Reuters

A proibição das operações da Al Jazeera em Israel foi prorrogada neste domingo (9) por mais 45 dias pelo regulador de telecomunicações do país, depois que o gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu concluiu que suas transmissões representavam uma ameaça à segurança nacional.

Em 5 de maio, autoridades israelenses invadiram um quarto de hotel em Jerusalém, usado pela Al Jazeera como escritório, argumentando que estavam fechando a operação enquanto a guerra na Faixa de Gaza perdurasse. Em imagens veiculadas nas redes sociais é possível ver policiais à paisana desmontando equipamentos de câmera.

A imagem captura o exterior de um edifício moderno ao entardecer, com iluminação artificial destacando sua arquitetura contemporânea. O logo estilizado na fachada sugere ser a sede de uma empresa ou organização. O caminho à frente é ladeado por vegetação bem cuidada e iluminação de chão azul, enquanto uma pessoa caminha tranquilamente ao lado.
Fachada do prédio da Al Jazeera em Doha, no Qatar - Arafat Barbakh - 5.mai.24/Reuters

O Parlamento de Israel ratificou em abril uma lei que permitia o fechamento temporário em Israel de emissoras estrangeiras consideradas ameaça à segurança nacional.

Em uma decisão separada sobre uma petição da Al Jazeera contra o fechamento da emissora, a Suprema Corte de Israel descreveu a medida "estabelecedora de precedentes".A Corte deu ao governo de Israel prazo até 8 de agosto para apresentar argumentos que expliquem "por que não deveria ser determinado que a lei que impede um emissor estrangeiro de prejudicar a segurança nacional" é nula.

A Al Jazeera disse ao tribunal que não incitava violência ou terrorismo e que a proibição era desproporcional. O canal disse que planejava recorrer da última prorrogação da proibição.

A rede é financiada pelo emirado do Qatar e tem sido crítica à operação militar que Israel conduz em Gaza, de onde faz transmissões ao vivo. A emissora já havia dito no início de abril que o esforço do governo israelense de fechar o canal "faz parte de uma série de ataques sistemáticos de Israel para silenciar a Al Jazeera".

Segundo a TV qatari, autoridades israelenses têm como alvo e mataram deliberadamente vários de seus jornalistas, incluindo Samer Abu Daqqa e Hamza Al-Dahdooh, ambos mortos por bombardeios em Gaza durante o conflito. Israel rejeita a acusação.

As transmissões da rede nas empresas de cabo e satélite e o acesso aos seus sites permanecerão bloqueados, disse o Ministério das Comunicações de Israel.

"Não permitiremos que o canal terrorista Al Jazeera transmita de Israel e coloque em perigo nossos combatentes", disse Shlomo Karhi, acrescentando que a lei o autorizava como ministro das Comunicações a tomar tal ação contra emissoras estrangeiras. "Diante da gravidade do dano à segurança do Estado, estou convencido de que as ordens de fechamento serão prorrogadas no futuro também."

O juiz Shai Yaniv afirmou que lhe foram apresentadas evidências, que ele não especificou, de uma relação de longa data e próxima entre o Hamas e a Al Jazeera, acusando o canal de promover os objetivos do grupo terrorista.

A Al Jazeera disse que "rejeita todas as acusações, desculpas e acusações do ministro".

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