Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Veja principais fornecedores de armas para Israel e quem interrompeu exportações

Estados Unidos são, com folga, o país que mais envia armamentos a Tel Aviv, seguidos por Alemanha e Itália

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Reuters

Após pressão contra as ofensivas de Israel na Faixa de Gaza, os Estados Unidos suspenderam o envio de armas para Tel Aviv, incluindo bombas pesadas e equipamentos destruidores de bunkers que as tropas têm usado na guerra contra o Hamas. O conflito matou quase 35 mil palestinos em sete meses.

O presidente americano, Joe Biden, decidiu pausar a ajuda após o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, determinar a continuidade dos ataques militares na cidade de Rafah apesar das objeções de Washington devido ao grande número de pessoas vulneráveis deslocadas no local.

Palestinos próximos de cratera formada pelo impacto de ataque aéreo israelense na região de Rafah, na Faixa de Gaza
Palestinos próximos de cratera formada pelo impacto de ataque aéreo israelense na região de Rafah, na Faixa de Gaza - Mohammed Abed - 18.abr.24/AFP

Os EUA são, com folga, o maior fornecedor de armas para seu principal aliado no Oriente Médio, seguidos por Alemanha —cujo apoio a Israel reflete, em parte, a expiação do Holocausto nazista— e por Itália.

Dois países, Canadá e Holanda, interromperam o fornecimento de armas a Israel devido a preocupações de que os equipamentos possam ser usados em ações que desrespeitem a lei humanitária internacional —causando baixas civis e destruição de áreas residenciais— em Gaza.

Leia a seguir detalhes dos fornecedores de armas de Israel.

Estados Unidos

A entrega de armas suspensa a Israel consistia em 1.800 bombas de 2.000 libras (907 kg) e 1.700 bombas de 500 libras (226 kg), de acordo com autoridades americanas. A decisão de pausar o envio surgiu de preocupações sobre o "uso final das bombas" e o impacto que elas poderiam ter em ambientes urbanos.

EUA e Israel assinaram em 2016 um memorando que abrange o período de 2018 a 2028 e prevê US$ 38 bilhões (R$ 196 bilhões, na cotação atual) em ajuda militar; US$ 33 bilhões (R$ 170 bilhões) em subsídios para a compra de equipamentos militares, além de US$ 5 bilhões (R$ 25,7 bilhões) para sistemas de defesa antimísseis.

Israel recebeu 69% de sua ajuda militar dos EUA de 2019 a 2023, de acordo com um informativo de março publicado pelo Sipri (Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo).

As forças de Tel Aviv são os primeiros operadores internacionais do F-35 Joint Strike Fighter dos EUA, considerado o jato de combate mais avançado tecnologicamente já fabricado. Israel também está em processo de compra de 75 F-35s e, até o ano passado, recebeu 36 deles.

Os EUA também ajudaram Israel a desenvolver e armar seu sistema de defesa contra foguetes de curto alcance, chamado Iron Dome (domo de ferro). Washington ainda tem enviado a Tel Aviv centenas de milhões de dólares para ajudar a reabastecer os mísseis interceptadores.

Além disso, Washington ajudou a financiar o desenvolvimento do sistema David's Sling de Israel, projetado para abater foguetes disparados a distâncias de 100 km a 200 km.

Alemanha

As aprovações da Alemanha para exportar equipamentos de defesa a Israel aumentaram quase dez vezes, para € 326,5 milhões (R$ 1,8 bilhões) em 2023, em comparação com 2022, pois Berlim tratou os pedidos como prioridade após o ataque do Hamas em 7 de outubro.

No entanto, desde o início deste ano, com o aumento das críticas à guerra em Gaza, o governo alemão parece ter aprovado um número bem menor de exportações de armas para Israel. Até abril, haviam sido permitidas entregas no valor de € 32,4 mil, (R$ 180 mil), segundo o Ministério da Economia.

A Alemanha fornece a Israel principalmente componentes para sistemas de defesa aérea e equipamentos de comunicação, de acordo com a agência de imprensa alemã DPA.

Os armamentos exportados incluíam 3.000 armas antitanque portáteis e 500 mil cartuchos de munição para armas de fogo automáticas ou semiautomáticas. A Alemanha forneceu cerca de 30% da ajuda militar de Israel de 2019 a 2023, de acordo com os números do Sipri.

Itália

Uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores confirmou em maio que a Itália, um dos três maiores fornecedores de armas para Israel, juntamente com os EUA e a Alemanha, havia interrompido novas aprovações de exportação desde o início da guerra de Gaza. "Tudo parou. E os últimos pedidos foram entregues em novembro", disse à agência de notícias Reuters.

De acordo com a legislação italiana, as exportações de armas são proibidas para países que estão em guerra e para aqueles que são considerados violadores dos direitos humanos internacionais.

Em março, o ministro da Defesa, Guido Crosetto, disse que a Itália continuava a exportar armas para Israel, mas que apenas os pedidos previamente assinados estavam sendo honrados após verificações para garantir que o armamento não seria usado contra os civis de Gaza.

Somente em dezembro, a Itália enviou armas no valor de € 1,3 milhão (R$ 7,2 milhões) para Israel, o triplo do nível do mesmo mês em 2022. A Itália forneceu cerca de 1% da ajuda militar de Israel de 2019 a 2023, de acordo com o relatório do Sipri, supostamente incluindo helicópteros e artilharia naval.

Reino Unido

O Reino Unido não é um dos maiores fornecedores de Israel. Ao contrário dos EUA, o governo britânico não fornece armas diretamente a Tel Aviv, mas licencia empresas para vender —geralmente componentes para as cadeias de suprimentos de Washington, como no caso dos jatos F-35.

No ano passado, o Reino Unido concedeu licenças de exportação para vender pelo menos 42 milhões de libras (R$ 270 milhões) em equipamentos de defesa para Israel. As licenças abrangiam itens como munições, veículos aéreos não tripulados, munição para armas pequenas, componentes para aeronaves e rifles de assalto.

O primeiro-ministro Rishi Sunak disse ao Parlamento que o Reino Unido administrava um dos regimes de controle de licenciamento mais rigorosos do mundo, no qual analisava periodicamente os pareceres sobre o compromisso de Israel com as leis humanitárias. "Com relação às licenças de exportação, de acordo com a avaliação mais recente, ela permanece inalterada", disse ele.

Canadá

O governo do Canadá disse em 20 de março que havia parado de licenciar as exportações de armas para Israel desde 8 de janeiro, e que o congelamento continuaria até que Ottawa pudesse garantir que as armas fossem usadas de acordo com as leis humanitárias. Muitos dos mortos em Gaza por bombardeios israelenses e ofensivas terrestres são civis, de acordo com grupos de direitos internacionais.

Desde o ataque do Hamas em outubro, o Canadá autorizou pelo menos 28,5 milhões de dólares canadenses (R$ 107,3 milhões) em novas licenças, mais do que o valor permitido no ano anterior.

Holanda

O governo holandês suspendeu o envio de peças para jatos F-35 para Israel a partir de armazéns na Holanda em fevereiro, depois que uma decisão de um tribunal de apelação determinou que havia um risco de que as peças estivessem sendo usadas em conexão com violações do direito humanitário. O governo está apelando dessa decisão.

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