O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, venceu com facilidade as eleições do país caribenho no domingo (19) e foi reeleito para o cargo com 57% dos votos, descartando a necessidade de um segundo turno. Seu principal rival, o ex-presidente Leonel Fernández, marcou 28%, com os outros sete candidatos conquistando 10% ou menos.
Ao declarar vitória no final da noite de domingo, Abinader, 56, disse que continuará sendo o presidente de todos os 11 milhões de dominicanos. "Assumo a confiança que recebi e a obrigação de não decepcionar. Não falharei." Fernández reconheceu a derrota e disse, em mensagem na plataforma, ter ligado para o adversário.
O processo de votação começou às 7h e se encerrou às 17h, no horário local (8h às 18h, no horário de Brasília). As seções eleitorais foram protegidas por soldados e o pleito ocorreu com tranquilidade.
Na segunda (20), em um de seus primeiros atos depois de reeleito, Abinader disse em entrevista coletiva que queria se reunir com líderes da oposição para discutir uma reforma tributária e "melhorar significativamente o sistema educacional, de saúde e a polícia" do país.
O presidente também afirmou que a reforma não afetaria o crescimento econômico da República Dominicana e protegeria os mais vulneráveis.
A reeleição do presidente era esperada, uma vez que Abinader conta com altas taxas de popularidade graças aos resultados da economia, que deve crescer 5% neste ano, e à resposta à pandemia de Covid-19. Mas o empresário deve o sucesso eleitoral principalmente à dura política de seu governo em relação ao Haiti.
Abinader construiu um muro em parte da fronteira e fechou a migração do país vizinho, devastado por uma crise política e humanitária, agravada pela violência imposta por gangues que controlam parte do território haitiano.
A popularidade das medidas é tanta que tanto Abinader quanto Fernández concordavam em defender as deportações para o Haiti, que ultrapassaram mais de 250 mil em 2023, e em aumentar as medidas de segurança migratória. "Continuaremos deportando quem quer que seja ilegal", disse Abinader em um debate há três semanas. Fernández concordou: "Temos esse direito." Ambos criticaram a pressão internacional para que o país recebesse refugiados haitianos.
Abinader é herdeiro de um império familiar voltado para o turismo e o cimento. Ele fez sua carreira na política enquanto administrava o consórcio Abicor, o que lhe permitiu acumular uma fortuna estimada em US$ 75 milhões, quase R$ 395 milhões.
Foi candidato a vice-presidente em 2012 e a presidente em 2016 com o Partido Revolucionário Moderno (PRM), que lidera. Abinader chegou ao cargo em 2020 com um discurso anticorrupção.
Já o advogado e escritor Leonel Fernández, 70, cumpriu três mandatos presidenciais: o primeiro entre 1996 e 2000, e depois dois consecutivos entre 2004 e 2012, e aspirava a uma quarta gestão.
Fernández fez campanha prometendo "um governo de progresso" com 2.024 propostas para transformar a economia e a justiça social, incluindo o aumento da produção agrícola, que, segundo ele, foi afetada pelo crescimento das importações.
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