Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Hamas diz que negociação atual é última chance para Israel recuperar reféns

Para dirigente da facção terrorista, decisão de invadir Rafah indica que Netanyahu decidiu deixar reféns morrerem

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Jerusalém | AFP

Um dirigente de alto escalão do Hamas disse nesta terça-feira (7) que a atual rodada de negociações no Egito para uma trégua em Gaza é a última chance para a libertação dos reféns israelenses mantidos em cativeiro pelo grupo terrorista. Em relato sob anonimato à agência de notícias AFP, ele disse que a decisão de invadir Rafah indica que o premiê Binyamin Netanyahu tomou a decisão de deixar os reféns morrerem

Uma delegação do Hamas deixou a cidade de Doha, no Qatar, rumo ao Cairo para retomar as negociações. Na capital egípcia, segundo fontes da agência de notícias Reuters, também está William Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência americana, e representante dos Estados Unidos nas tentativas de acordo. E uma delegação enxuta, sem os principais negociadores do lado israelense, também voltou ao Cairo para reiniciar o diálogo interrompido na véspera.

Palestino em meio a prédio destruído em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Palestino em meio a prédio destruído em Rafah, no sul da Faixa de Gaza - 7.mai.24/AFP

A suposta omissão em relação aos sequestrados pelo Hamas tem sido um dos principais pontos de crítica da sociedade israelense ao governo de Netanyahu. Com protestos frequentes em grandes cidades como Jerusalém e Tel Aviv, familiares dos reféns e parte da sociedade civil pressionam o premiê a acelerar a conclusão de um acordo que liberte os cativos que seguem sob poder da facção terrorista.

Em janeiro, por exemplo, familiares de pessoas sequestradas invadiram o Parlamento após Netanyahu rejeitar uma proposta na ocasião. No dia 7 de abril, data que marcou seis meses da invasão do Hamas, milhares de israelenses foram às ruas exigindo maiores esforços no resgate das vítimas.

No final de abril, enquanto as negociações se mostravam estagnadas e o gabinete de guerra seguia dizendo que invadiria Rafah, o Hamas divulgou ao menos dois vídeos com mensagens de reféns clamando por um acordo e por resgate, alguns deles culpando diretamente o governo Netanyahu.

Em um dos vídeos, dois homens identificados como Omri Miran, 47, e Keith Siegel, 64, pedem que israelenses continuem protestando e apelam a Netanyahu para a conclusão de um acordo de libertação dos raptados. "Estou aqui no cativeiro do Hamas há 202 dias. A situação é desagradável, difícil e são muitas bombas", disse Miran na ocasião.

Em outro, um homem identificado como Hersh Goldberg-Polin, 23, aparece com o braço amputado e critica o governo israelense por rejeitar propostas de acordo anteriores.

Apenas em novembro houve algum acordo para libertação de reféns, com uma trégua temporária de quatro dias estendida algumas vezes e a soltura de palestinos detidos por Israel. Os conflitos foram retomados em seguida. Tel Aviv estima que, após essa troca, 129 pessoas permaneçam cativas em Gaza, das quais 35 teriam morrido.

O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos considerou que a divulgação do vídeo deveria motivar o governo a aumentar seus esforços para libertar todos os reféns. "Os sobreviventes devem retornar para sua recuperação, e os assassinados devem receber um sepultamento digno", disse a entidade.

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