Descrição de chapéu Haiti

Haiti renomeia Garry Conille como premiê interino

Decisão busca preencher vácuo político após renúncia de Ariel Henry; país deve ter eleições até fevereiro de 2026

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Porto Príncipe | Reuters

O conselho de transição do Haiti escolheu, nesta terça-feira (28), o ex-primeiro-ministro Garry Conille, que chefiou o governo do país entre 2011 e 2012, para retornar ao cargo enquanto o país caribenho trabalha para restaurar a estabilidade e retomar o controle sobre as gangues.

A escolha de Conille como primeiro-ministro interino ocorreu por 6 votos a 1, disse um membro do conselho à agência de notícias Reuters. O extenso currículo de Conille na área de desenvolvimento, trabalhando em grande parte com as Nações Unidas, é considerado fundamental para reforçar o apoio internacional enquanto o Haiti se prepara para lançar uma nova missão de segurança apoiada pela ONU, liderada pelo Quênia.

Garry Conille retorna ao cargo de primeiro-ministro do Haiti após mais de uma década - Ralph Tedy - 27.jan.23/Reuters

"Meus mais sinceros parabéns", disse o líder empresarial Alix Didier Fils-Aime, que também havia se candidatado ao cargo, no X. "Ainda sou um patriota que acredita neste país. Vida longa ao Haiti!"

Cabe ao conselho de transição agora a tarefa de realizar eleições antes de 7 de fevereiro de 2026, conforme estabelecido na Constituição do Haiti.

A nomeação de Conille ressalta o progresso no processo político do Haiti e se segue à renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry, em março, para ceder o poder ao governo de transição.

Henry foi nomeado ao cargo pelo então presidente Jovenel Moïse, que foi assassinado em 2021. O ex-premiê foi acusado pela Procuradoria-Geral de ter participado do crime. Desde o assassinato de Moïse, o Haiti não teve mais um presidente.

Conille, por sua vez, foi primeiro-ministro por menos de um ano, renunciando em fevereiro de 2012 após perder o apoio de seu gabinete e entrar em conflito com o então presidente Michel Martelly. Os dois se desentenderam devido a divergências sobre contratos de reconstrução após um terremoto em 2010 e sobre uma investigação parlamentar de políticos com dupla cidadania, o que é ilegal no Haiti.

Martelly e Conille se desentenderam por causa de contratos de reconstrução após um terremotoem 2010 e uma investigação parlamentar sobre políticos com dupla cidadania, o que é ilegal no Haiti.

Em 2023, Conille ocupou o cargo de diretor regional do Unicef, o fundo da ONU para a infância. O novo premiê terá a missão de combater a insegurança desenfreada, uma vez que as gangues expandiram seu alcance. Mais de 360 mil pessoas já se deslocaram internamente no Haiti, segundo estimativas da ONU, principalmente da capital Porto Príncipe, em decorrência do conflito entre as gangues.

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