Descrição de chapéu União Europeia

Bloco de ultradireita no Parlamento Europeu exclui partido alemão após polêmica nazista

Decisão ocorre após Maximilian Krah, principal candidato da AfD para as eleições europeias, dizer que nem todo integrante da SS era criminoso

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Bruxelas | Reuters

O bloco Identidade e Democracia (ID), que reúne partidos de ultradireita e extrema direita no Parlamento Europeu, expulsou a delegação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) na quinta-feira (23), menos de um mês antes das eleições europeias.

A decisão vem depois de Maximilian Krah, principal candidato da AfD no pleito, ter dito a um jornal italiano no fim de semana que na SS nazista "nem todos eram criminosos".

"O ID não quer mais ser associado aos incidentes envolvendo Maximilian Krah, chefe da lista da AfD para as eleições europeias", disse o bloco em comunicado.

Um homem com expressão concentrada fala ao celular enquanto participa de um evento. Ele está cercado por outras pessoas que parecem estar igualmente focadas em algo fora da imagem. O ambiente sugere uma conferência ou reunião profissional, onde a atenção aos detalhes é essencial.
Maximilian Krah, que era o favorito do partido alemão de extrema-direita AfD para o Parlamento europeu, declarou a jornal italiano que nem todos os membros da SS eram criminosos - Frederick Florin - 23.abr.24/AFP

A Schutzstaffel ("tropa de proteção, em alemão), ou simplesmente SS, era um grupo paramilitar nazista responsável por administrar os campos de concentração e extermínio durante o Holocausto, o que levou ao assassinato de 6 milhões de judeus e de outras minorias. Liderada por Heinrich Himmler, a organização acumulou poder e prestígio ao longo dos anos sob Adolf Hitler e foi responsável por aplicar as leis de pureza racial do regime.

Os comentários Krah tiveram repercussão negativa particularmente na França e em países do Leste Europeu, que sofreram sob a ocupação alemã durante a 2ª Guerra Mundial.

Krah anunciou na quarta-feira (22) que iria se afastar da campanha e das próximas atividades do partido. Ele também renunciou à liderança da AfD. No entanto, como a lista de postulantes a eurodeputados não pode mais ser alterada na Alemanha, o político seguirá como candidato à reeleição.

O pleito europeu ocorre nos 27 Estados-membros de 6 a 9 de junho, e os alemães votam no dia 9, domingo.

A expulsão do ID é o mais recente golpe para a AfD. A francesa Marine Le Pen, do Reunião Nacional, se afastou da sigla alemã no início desta semana, afirmando ser um parceiro "muito tóxico".

OUTRAS POLÊMICAS

Os comentários de Krah ao jornal italiano no fim de semana não são o único escândalo envolvendo a campanha da AfD para as eleições europeias.

Em janeiro, a participação de alguns dos seus membros em uma reunião de extrema direita para discutir um projeto de expulsão em massa de estrangeiros teve grande repercussão na Alemanha.

Krah também está sendo investigado por ligações suspeitas com a Rússia e a China. Um assessor dele, Jian Guo, foi detido no mês passado após ter sido acusado de ser "um empregado dos serviços secretos chineses" e de ter "transmitido, repetidamente, informações sobre negociações e decisões no Parlamento Europeu ao seu cliente dos serviços secretos", de acordo com o canal EuroNews. Guo é também acusado de ter monitorado dissidentes chineses que vivem na Alemanha.

Os partidos mais à direita no Parlamento Europeu estão atualmente divididos entre os Conservadores e Reformistas Europeus, mais moderados, cujo líder é a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o ID, encabeçado por Le Pen.

As pesquisas sugerem que os partidos nacionalistas e eurocéticos ganharão um número recorde de votos nas eleições.

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