O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda (26) que não descarta o envio de tropas para reforçar a Ucrânia na guerra contra a Rússia e que ele pretende manter ambiguidade estratégica a respeito do tema.
Macron deu as declarações durante um encontro de 20 países europeus aliados da Ucrânia em Paris. Falando em uma entrevista coletiva, o presidente francês disse que "não há consenso" sobre o tema, mas que a discussão não pode ser descartada. Ele não deixou claro se se referia ao envio de tropas francesas ou de uma força conjunta de países europeus.
Macron disse que os países presentes no encontro concordam que é preciso que estejam preparados para um possível ataque de Moscou nos próximos anos, e que mais esforços são necessários para ajudar Kiev financeira e militarmente.
Líderes europeus se reuniram em Paris na segunda em uma tentativa de demonstrar união em um momento em que a Ucrânia enfrenta dificuldades na guerra —no início do mês, as forças de Kiev foram expulsas da cidade de Adviika na maior vitória para o presidente Vladimir Putin em meses. Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse no domingo (25) que tem esperanças que uma cúpula de líderes mundiais possa se reunir nos próximos meses para discutir um plano de paz e apresentá-lo à Rússia.
Em Paris, Macron disse que os países reunidos não querem entrar em guerra com o povo russo, mas que estão "determinados em manter a escalada sob controle", e que a reunião tinha como objetivo avaliar "como fazer mais em termos de apoio militar e orçamentário".
O chanceler alemão, Olaf Scholz, havia dito na tarde de segunda que "nós não nos tornaremos parte envolvida na guerra". Em uma publicação no X, Scholz disse que a Alemanha é a maior aliada militar da Ucrânia na Europa, mas que seu país não quer estar envolvido diretamente na guerra "direta ou indiretamente". A fala fazia referência ao envio de mísseis de longo alcance tipo Taurus à Ucrânia, um passo que o governo alemão tem evitado dar, apesar de pressões.
Macron disse ainda que os países europeus vão apresentar sanções contra países que estariam ajudando a Rússia a burlar penalidades econômicas impostas desde o início da guerra da Ucrânia.
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