Um terremoto de magnitude 6,3 deixou mais de 2.000 pessoas mortas e mais de nove mil feridos neste sábado (7), no oeste do Afeganistão. O número de vítimas ainda pode aumentar, já que várias pessoas estão presas sob os escombros, segundo autoridades.
Segundo o porta-voz do Ministério de Desastres, Janan Sayeeq, em entrevista à Reuters, 2.053 pessoas morreram, foram notificados 9.240 feridos e 1.329 casas foram danificadas ou destruídas.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) indicou que o epicentro do terremoto se localizou a 40 quilômetros a noroeste da maior cidade da região, Herat. Após o primeiro, outros sete tremores com magnitudes entre 4,3 e 6,3 foram detectados. "É provável que haja um número significativo de vítimas e que a catástrofe seja potencialmente extensa", afirmou o instituto.
Em Herat, moradores e comerciantes fugiram de casas e edifícios por volta das 11h30 no horário local (3h30 da madrugada em Brasília), quando os tremores começaram.
"Estávamos em nossos escritórios quando o prédio começou a tremer. Os revestimentos das paredes caíram. As paredes racharam e parte do prédio desabou", disse Bashir Ahmad, 45. "Não consigo entrar em contato com minha família, os serviços de rede e telefonia móvel não funcionam."
A população procurou refúgio em ruas largas, longe de prédios altos. Muitos habitantes foram cautelosos antes de voltarem às suas casas.
Muitas áreas do Afeganistão são inacessíveis por estradas, e as aldeias dispersas muitas vezes são feitas de estruturas de barro que são suscetíveis a desmoronamentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou 12 ambulâncias para os distritos mais afetados a fim de ajudar na evacuação das vítimas.
Este foi o segundo grande terremoto a atingir o país em menos de dois anos. Um terremoto no leste do Afeganistão ocorrido em 2022 matou mil pessoas e feriu centenas. Em 2005, pelo menos 73 mil pessoas foram mortas por um terremoto de magnitude 7,6 que atingiu o Paquistão.
Em um post no X (ex-Twitter), a Unicef lamentou o ocorrido e disse que está no Afeganistão ao lado da ONU para avaliar o impacto do terremoto. "Nossas mais sinceras condolências a todas as famílias afetadas."
O porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, Mullah Jan Sayeq, afirmou que "houve deslizamentos de terra em áreas rurais e montanhosas". "Há algumas áreas que estão completamente desabadas e todas as casas estão danificadas", disse.
Herat, um antigo centro comercial e cultural localizado a 120 quilômetros ao leste da fronteira com o Irã, é a capital da província de mesmo nome, onde vivem cerca de 1,9 milhão de pessoas.
A administração do Talibã declarou estado de emergência devido à possibilidade de mais réplicas. Organizações militares e de serviços foram direcionadas para priorizar as áreas atingidas pelo terremoto, incluindo operações de resgate, transporte de feridos, preparação de abrigos para desabrigados e entrega de doações de alimentos.
"Desejamos paciência e consolo para as famílias das vítimas, juntamente com uma rápida recuperação para os feridos", disse Mullah Abdul Ghani Baradar, vice-primeiro-ministro interino da administração do Talibã, em comunicado na rede social X.
O Afeganistão vive sob a administração do Talibã desde agosto de 2021. Desde então, o grupo tem empregado medidas que refletem sua visão extremista do islã, em especial contra mulheres.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.