OceanGate, responsável pelo submarino que implodiu, nomeia banqueiro como CEO

Após morte do antigo presidente, Gordon Gardiner foi escolhido para encerrar operações da empresa em meio a investigações

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São Paulo

A OceanGate, empresa responsável pelo submarino que implodiu em uma expedição aos destroços do Titanic, nomeou um novo diretor-executivo. O ex-banqueiro de investimentos Gordon Gardiner foi o escolhido para comandar a empresa no lugar de Stockton Rush, um dos mortos no colapso do veículo.

A companhia disse ao site Insider que Gardiner, que vive em Seattle há 26 anos e é ciclista e esquiador, vai "liderar a OceanGate nas investigações em andamento e no fechamento das operações da empresa".

Gordon Gardiner, novo CEO da OceanGate, cujo submersível implodiu durante uma expedição aos destroços do Titanic
Gordon Gardiner, novo CEO da OceanGate, cujo submersível implodiu durante uma expedição aos destroços do Titanic - Swiftsure Capital/Divulgação

Segundo o portal, ele iniciou a carreira no banco JPMorgan, no qual ficou por 15 anos antes de presidir a empresa de delivery TableSafe, da qual saiu em 2021. De 2008 para cá, foi diretor do conselho de outras seis empresas e, hoje, é CEO do fundo de investimentos Quantum Holdings e sócio da Swiftsure Capital.

Agora, Gardiner tem o desafio de gerir a empresa que organizava as excursões do Titan, submersível que desapareceu no Atlântico em 18 de junho, 1h45 após o início do mergulho da quinta missão da "Expedição Titanic" neste ano. Diversos países contribuíram para as buscas do veículo, que carregava cinco pessoas aos destroços do mais famoso naufrágio da história, a cerca de 600 km da costa sudeste do Canadá.

A embarcação tinha capacidade para fornecer oxigênio por 96 horas, o que atraiu a atenção de pessoas de todo o mundo que aguardavam notícias de um desfecho positivo. Quatro dias depois do desaparecimento, porém, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que o submersível sofreu uma "catastrófica implosão", levando à morte os cinco passageiros que estavam a bordo.

Além de Rush, 61, dono da OceanGate e piloto do veículo, estavam no submersível o bilionário britânico Hamish Harding, 58, diretor-executivo da empresa Action Aviation, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 48, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman Dawood, 19, e o francês Paul-Henri Nargeolet, 77, mergulhador especialista no Titanic.

Desde então, surgiram muitas questões sobre a estrutura do veículo. O Titan era dirigido por um controle semelhante ao de videogames, e seu interior era apertado e simples. Além disso, a empresa foi alertada diversas vezes sobre a insegurança de seu maquinário, mas discordou das críticas. Por se tratar de uma inovação, justificou a companhia, o empreendimento não atenderia aos padrões de certificação.

Um dos muitos exemplos foi uma carta de 2018 endereçada ao presidente da OceanGate pelo comitê de veículos subaquáticos da Sociedade de Tecnologia Marítima, grupo que reúne líderes da indústria de embarcações submersíveis. No documento, assinado por mais de 30 profissionais que demonstraram "preocupação unânime" com o desenvolvimento do submarino, o comitê alertou para possíveis consequências "catastróficas" em decorrência da abordagem experimental do veículo.

No final de junho, a Guarda Costeira americana começou a apurar o acidente. "Meu objetivo é evitar um incidente semelhante, fazendo as recomendações necessárias para aumentar a segurança marítima no mundo", disse na ocasião Jason Neubauer, investigador-chefe da Guarda Costeira, em Boston.

Pouco antes, o Conselho de Segurança de Transporte do Canadá, país que ajudou nas buscas, também havia anunciado a abertura de uma investigação sobre o acidente. No início do mês passado, a OceanGate suspendeu todas as operações de exploração e tratativas comerciais.

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