O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta quarta-feira (19) com seu homólogo de Cabo Verde, José Maria Neves, em sua primeira viagem à África neste terceiro mandato.
O petista irá ao arquipélago africano no retorno da Bélgica, onde está para participar do encontro entre União Europeia e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Bruxelas.
Em sua live semanal, Lula disse que iria a Praia, capital cabo-verdiana, porque o avião presidencial não tem capacidade de viajar direto da Europa ao Brasil sem uma parada intermediária. "Vou aproveitar e conversar um pouco com o presidente de Cabo Verde."
O Brasil e o arquipélago africano integram ao lado de outros sete países a CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Neste ano, o grupo terá uma cúpula de chefes de Estado e de governo que será realizada em São Tomé e Príncipe —Lula, logo no início do mandato, disse que participaria do encontro.
No início de maio, ele recebeu em Brasília o premiê de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, que também foi o primeiro chefe de governo de uma nação africana a vir ao Brasil no terceiro mandato do petista.
Na ocasião, o presidente afirmou que a África voltaria a ser "uma prioridade para o Brasil, sobretudo o relacionamento com os países africanos lusófonos".
Com formação acadêmica no Brasil —ele estudou na FGV nos anos 1980—, o atual presidente de Cabo Verde, que também já foi premiê, foi um dos líderes africanos que com mais entusiasmo recebeu a notícia da vitória de Lula nas eleições de 2022 contra Jair Bolsonaro (PL).
À Folha quando viajou a Brasília para a posse do petista José Maria Neves disse que o Brasil sob Lula poderia representar um elo entre a África, em especial os lusófonos africanos, e a América Latina. A visão é compartilhada por alguns outros líderes dos países-membros da CPLP, ainda que entre os funcionários da área haja descrença de que apenas a figura do líder brasileiro possa mudar o destino do bloco.
Lula foi o presidente que mais fez viagens oficiais à África durante seus dois primeiros mandatos. Depois de seus dois primeiros períodos no Palácio do Planalto, nos governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), a relação com o continente refluiu.
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