Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte testa mísseis e fala em 'capacidade mortal de contra-ataque nuclear'

Exercícios, que se multiplicam, são uma resposta a manobras militares conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul

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Seul | Reuters e AFP

A Coreia do Norte lançou quatro mísseis de cruzeiro durante um exercício para demonstrar sua capacidade de contra-ataque nuclear, informou a mídia estatal nesta sexta-feira (24).

Os lançamentos são mais uma resposta aos exercícios militares anuais dos EUA e da Coreia do Sul, que "podem ser considerados uma declaração de guerra", segundo o regime.

Os dois países aliados participarão em uma simulação no Pentágono sobre como responder a um eventual ataque nuclear de Pyongyang. O aumento do número de exercícios militares da ditadura provoca temor de um possível teste nuclear, que seria o primeiro desde 2017.

Lançamento de míssil balístico intercontinental no Aeroporto Internacional de Pyongyang, na Coreia do Norte
Lançamento de míssil balístico intercontinental no Aeroporto Internacional de Pyongyang, na Coreia do Norte - 18.fev.23/Agência Central de Notícias da Coreia do Norte via Reuters

O exercício, feito na quinta (23), disparou quatro mísseis Hwasal-2 da cidade de Kim Chaek, na província de Hamgyong do Norte, em direção ao mar do Japão, afirmou a agência de notícias estatal KCNA.

Os projéteis atingiram o alvo após percorrer 2.000 km por pouco mais de 10 segundos, diz o relatório. O regime afirma que isso demonstrou "a posição militar das forças de combate nuclear norte-coreanas, reforçando de todas as formas sua capacidade mortal de contra-ataque contra forças hostis".

Os lançamentos não foram divulgados pela Coreia do Sul ou pelo Japão, que costumam ser os primeiros países a relatar publicamente os exercícios militares da ditadura. Posteriormente, o Ministério da Defesa sul-coreano indicou que os dados anunciados por Pyongyang divergem do que foi detectado por seus serviços de vigilância e pelas forças dos EUA, mas não entrou em detalhes.

Os exercícios militares anuais dos EUA e da Coreia do Sul são um esforço de ambos os países para afastar as crescentes ameaças da ditadura norte-coreana. Embora Seul não tenha armas nucleares, ativos militares americanos voltaram a ser mobilizados na região.

Na semana passada, a Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos de curto alcance na direção do mar do Japão, no segundo disparo em menos de 48 horas. Antes do lançamento, o líder Kim Jong-un ameaçou dar uma resposta "sem precedentes" às operações dos países aliados.

Alvo de várias sanções da ONU, a Coreia do Norte não está proibida de lançar mísseis de cruzeiro, mas os lançamentos da semana passada envolvem projéteis vetados, o que rendeu uma condenação pública do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A chancelaria de Pyongyang criticou Washington e seus aliados por convocarem uma reunião do Conselho de Segurança da ONU após os recentes testes de mísseis. A Coreia do Norte acusa as Nações Unidas de serem injustas com suas atividades militares, já que, argumenta, se calam sobre os exercícios dos EUA e da Coreia do Sul.

O diplomata norte-coreano Kwon Jong Gun afirmou que o regime consideraria fazer "fortes contra-ataques" se a ONU continuasse a servir, segundo ele, como uma "ferramenta dos EUA" para pressionar Pyongyang. Muitos lançamentos, incluindo um míssil balístico no sábado, foram relatados pela mídia estatal como exercícios destinados a melhorar as capacidades das tropas que operam as armas.

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