A guerra na Ucrânia superou nesta terça (8), 13 dias após o início da invasão russa, a marca de 2 milhões de pessoas deslocadas. O número foi divulgado pelo Acnur, a agência da ONU para refugiados.
Até esta terça, a base de dados da organização marcava 2.011.312 refugiados —mais da metade, 1,2 milhão, foi para a Polônia. A quantidade de deslocados equivale à população de capitais brasileiras como Manaus e Curitiba e corresponde a cerca de 4,5% de toda a população ucraniana.
Segundo James Elder, porta-voz do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), metade dos que foram obrigados a sair de suas casas é formada por crianças.
A ONU, por sua vez, disse que a crise de refugiados na Ucrânia tem o crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial —o número de deslocados superou a marca de 1 milhão na quarta (2).
Filippo Grandi, alto comissário do Acnur, afirmou que a continuidade da guerra pode deixar os refugiados em situação cada vez mais vulnerável. "Começaremos a ver pessoas sem recursos e sem conexões. Essa será uma situação mais complexa de gerenciar para os países europeus daqui para a frente e será necessário haver ainda mais solidariedade de todos na Europa."
Além da Polônia, Hungria (191,3 mil), Eslováquia (140,7 mil), Rússia (99,3 mil), Moldova (82,8 mil) e Romênia (82 mil) são outros países que mais acolheram refugiados.
A Ucrânia tem aproximadamente 44 milhões de habitantes. Durante os conflitos, as forças do presidente russo, Vladimir Putin, têm sido acusadas por ucranianos e grupos de direitos humanos de atingir alvos civis.
Nesta terça, ao menos 21 pessoas —incluindo duas crianças— foram mortas durante bombardeio em Sumi. A cidade, localizada 350 km ao leste de Kiev, tem sido palco de combates violentos há vários dias.
Rússia e Ucrânia negociam a abertura de novos corredores humanitários para a retirada de civis das zonas de conflitos.
Esta terça marcou a quarta tentativa de retirada de civis de áreas de confronto, em cidades como Sumi e Irpin. Antes, a organização de corredores humanitários fracassou devido ao prosseguimento dos ataques.
Na semana passada, os países da União Europeia chegaram a um acordo para conceder proteção temporária aos refugiados e seus familiares. Eles terão o direito de permanecer e trabalhar nos países do bloco por até três anos.
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