Furacão Ida causou vazamento de óleo no Golfo do México, diz Guarda Costeira

Empresa envia equipe de mergulho em busca de origem; mortos no nordeste do país passam de 50

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Washington | AFP e Reuters

Sistemas de contenção foram instalados no Golfo do México, perto da costa do estado de Louisiana, para conter uma contaminação por petróleo descoberta após a passagem do furacão Ida, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos neste domingo (5).

A área afetada fica em frente a Port Fourchon, porto a 160 km de Nova Orleans voltado, principalmente, para o armazenamento e a distribuição de petróleo.

Imagem aérea mostra mancha de petróleo perto de Port Fourchon, na Louisiana - NOAA/Reuters

A Guarda Costeira do estado de Louisiana foi informada da contaminação na área e já atua na questão, informou em um comunicado.

Especializada em plataformas de petróleo offshore, a empresa texana Talos Energy enviou uma equipe de mergulho neste domingo para tentar descobrir a origem do vazamento de petróleo. A empresa diz que "observações detalhadas no local indicam, no entanto, que as estruturas da Talos não são a fonte".

De acordo com a agência de notícias Associated Press, mergulhadores identificaram que o vazamento acontece em um deslocamento num duto que deixou um buraco aberto de cerca de 30 centímetros de diâmetro.

​Com ventos de 240 km/h, o furacão Ida atingiu a costa de Louisiana há uma semana, causando danos "catastróficos", de acordo com as autoridades locais. O presidente dos EUA, Joe Biden, visitou a região na última sexta (3) para avaliar os estragos e se encontrar com o governador.

Rebaixado para a categoria de tempestade tropical, o Ida continuou seu caminho pelos EUA e atingiu o nordeste do país. A destruição deixou ao menos 13 mortes em Louisiana. No estado de Nova York e em regiões próximas, a contagem chegou a ao menos 50 pessoas neste domingo (5), segundo a agência Reuters.

Ao comentar a destruição, Biden classificou o Ida como o quinto maior furacão da história americana.

Na quarta (1º), a Organização Meteorológica Mundial (OMM), braço das Nações Unidas para questões do clima, afirmou que o evento pode se tornar o desastre climático mais caro da história, superando inclusive o furacão Katrina, que há 16 anos deixou cerca de 1.800 mortos.

A declaração foi dada pouco depois de a OMM lançar um relatório global demonstrando que a ocorrência de eventos climáticos extremos aumentou cinco vezes nas últimas cinco décadas. As inundações, causa das mortes em Nova York e Nova Jersey na quarta, são o tipo de fenômeno mais frequente. Dos mais de 11 mil desastres climáticos registrados de 1970 a 2019, elas corresponderam a 44%.

Rico em hidrocarbonetos, o Golfo do México é uma das principais áreas produtoras de petróleo dos Estados Unidos. Foi nesta região que a plataforma Deepwater Horizon explodiu em 2010, causando um derramamento de óleo considerado o mais grave da história. A rápida intensificação dos ventos e das chuvas do Ida alertou cientistas americanos, que chamam a atenção para o agravamento desse tipo de fenômeno com o aumento da temperatura dos oceanos gerado pelo aquecimento global.

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