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10 e ouro para salvar a mãe
Enquanto o Brasil ficou encantado com a performance de Rayssa Leal nas competições do Skate Street feminino em Tóquio, uma adolescente também virou queridinha na China: Quan Hongchan, 14 anos, medalhista de ouro no salto ornamental de 10 metros.
Quan fez três saltos perfeitos que impressionaram os jurados e garantiram à ela três notas dez. Mas não foi só esse o motivo de euforia dos chineses.
Ao chegar na China com a medalha, ela contou o motivo que a levou a se tornar atleta. De uma família humilde na zona rural, revelou que a mãe se envolveu em um acidente de trânsito há alguns anos e precisou ser hospitalizada várias vezes. A responsabilidade por cuidar da família recaiu sobre o pai, que precisava trabalhar muito mais para manter as contas em dia.
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Quan começou a se dedicar ao salto ornamental para pagar as contas médicas. "Minha mãe está doente. Eu não sei o que ela tem. Só quero ganhar dinheiro para curar sua doença ”, afirmou.
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Também contou que queria aproveitar a conquista para ir a um parque de diversões e a um zoológico pela primeira vez, já que a concentração para os jogos a impediam de desviar o foco do treinamento.
Muitas empresas se ofereceram para ceder a ela um apartamento e a câmara de comércio de Zhanjiang vai pagar todos os custos do tratamento da mãe de Quan. Além disso, ela ganhou um passe vitalício para um parque de diversão local e internautas enviaram várias caixas do salgadinho favorito dela.
Por que importa: a história da pequena Quan ajuda o governo chinês a promover o sucesso dos pesados investimentos na formação de atletas olímpicos. Desde a preparação para os jogos de Pequim em 2008, a China não economizou em centros de treinamento de ponta e quer transformar o esporte em uma grande indústria nacional: o plano é gerar ¥ 5 trilhões (R$4,05 trilhões) até 2025, empregando 3 milhões de pessoas e elevando a participação do setor de 2,5% em 2019 para 3,3% do produto interno bruto em quatro anos.
o que também importa
A Embaixada da Suíça em Pequim usou o Twitter para ironizar reportagens da mídia estatal chinesa e pedir que veículos de comunicação apagassem artigos em referência a um suposto cientista suíço que nunca existiu.
O post faz referência a uma série de publicações atribuídas ao "biólogo Wilson Edwards" no Facebook e reproduzidas pela CGTN, Shanghai Daily e Global Times. Os textos questionavam as investigações sobre as origens da Covid-19 conduzidas pela OMS.
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"Estamos à procura de Wilson Edwards. Se você existe, gostaríamos de conhecê-lo! Mas é mais provável que esta seja uma notícia falsa, e pedimos à imprensa chinesa e aos internautas que apaguem as postagens [com citações de Wilson]", escreveu o órgão diplomático.
A embaixada afirmou que não existe nenhum biólogo no país com este nome e que o tal perfil no Facebook que questionava a OMS foi criado há apenas duas semanas e tinha três amigos adicionados. Os veículos de imprensa não comentaram as acusações, mas deletaram as reportagens.
Uma funcionária da gigante varejista chinês Alibaba denunciou ter sido estuprada por um superior. A mulher contou em uma rede interna que foi obrigada a ingerir álcool e depois abusada sexualmente pelo chefe e por um cliente da empresa.
A funcionária relatou o episódio para o RH, mas as acusações teriam sido ignoradas. O caso só voltou a chamar a atenção após causar indignação entre outros empregados do grupo.
De acordo com o presidente executivo do Alibaba, Daniel Zhang, o homem confessou o crime. Ele e o gestor de RH foram demitidos. A empresa disse estar colaborando com a polícia nas investigações e se comprometeu a adotar políticas de tolerância zero para má conduta sexual.
A Justiça chinesa confirmou a condenação do canadense Michael Spavor. Ele foi condenado a 11 anos de cadeia por espionagem e roubo de segredos de Estado, em uma decisão simbólica que promete azedar de vez as relações entre Canadá e China.
Diretor de uma empresa que promovia turismo para a Coreia do Norte, Spavor foi preso em 2018 logo após a detenção em Vancouver de Meng Wanzhou, herdeira e diretora financeira da Huawei. Ela é acusada de furar sanções americanas e vender tecnologia de telecomunicações ao Irã.
O premiê do Canadá, Justin Trudeau, classificou a detenção como "arbitrária", com "falta de transparência no processo judicial".
fique de olho
As infecções locais causadas pela variante delta da Covid-19 continuam a aumentar na China, e Xi Jinping parece estar perdendo a paciência. De acordo com a imprensa estatal, Xi enviou quatro perguntas aos governos locais de modo a unificar a estratégia nacional de combate à doença: “1) A política de combate à Covid-19 ficou relaxada?, 2) As medidas de prevenção e controle estão sendo estritamente implementadas?, 3) Há necessidade de melhorias? e 4) Os pontos de acesso ao território estão sendo cobertos para evitar a entrada do vírus?”.
Por que importa: além de indicar que a China deve manter a política de tolerância zero aos casos de Covid-19, o memorando de Xi Jinping denota que o país pode enfrentar dificuldades em se abrir totalmente ao mundo.
para ir a fundo
- As cenas de terror após a inundação do metrô de Zhengzhou correram o mundo, uma amostra do estrago causado pelas cheias na província de Henan. O Sixth Tone conta nesta reportagem o passo a passo da tragédia. (gratuito, em inglês)
- Em um artigo assinado pelo jornalista Phelim Kine, o Politico, tradicional portal de notícias americano, analisa investimentos chineses na América Latina e argumenta que o país está lucrando com a corrupção regional. (gratuito, em inglês)
- O The New York Times usa o caso de estupro reportado no Alibaba para explicar como setor de tecnologia na China ainda é carregado de problemas de gênero, jogos alcoólicos e a perpetuação de problemas antigos que tornam o ambiente de trabalho tóxico. (paywall poroso, em inglês)
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