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Manifestantes protestam na Geórgia após morte de jornalista agredido por grupo anti-LGBTI

Cinegrafista foi atacado por grupos opostos à marcha do orgulho; mais de 50 profissionais que trabalhavam na cobertura ficaram feridos

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Moscou | Reuters

A polícia da Geórgia abriu neste domingo (11) uma investigação sobre a morte de um cinegrafista, parte de um grupo de jornalistas agredido enquanto cobria o ataque a um marcha da comunidade LGBTI.

Também neste domingo, centenas de pessoas foram às ruas pedir que os responsáveis sejam punidos. Uma mulher jogou tinta vermelha na porta de um prédio governamental em protesto.

Ativistas durante protesto para lembrar a morte do câmera Alexander Lashkarava em Tbilisi, na capital da Geórgia
Ativistas durante protesto para lembrar a morte do câmera Alexander Lashkarava em Tbilisi, na capital da Geórgia - Vano Shlamov/AFP

Manifestantes também pedem a renúncia do primeiro-ministro e do ministro do Interior devido à violência e à morte de Alexander Lashkarava —os ativistas acusam as autoridades de incentivar grupos de ódio e de não oferecer segurança aos que protestam e a profissionais da imprensa.

O ataque contra a marcha do orgulho LGBTI aconteceu na segunda-feira (5), depois de grupos opostos ao evento invadirem e saquearem o escritório de seus organizadores, na capital, Tbilisi, e investirem contra manifestantes e jornalistas —o incidente provocou o cancelamento da marcha.

Lashkarava, também agredido no episódio, foi encontrado morto na casa dele por sua mãe, de acordo com comunicado divulgado neste domingo (11) pelo canal de TV Pirveli, no qual o cinegrafista trabalhava. A causa da morte não foi mencionada.

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O Ministério do Interior disse ter aberto uma investigação criminal e também não mencionou a causa da morte do jornalista. Segundo a ONG Repórteres sem Fronteiras, 53 jornalistas foram agredidos enquanto cobriam as ações do grupo que atacou o evento organizado pelo movimento LGBTI.

Ao menos cinco profissionais foram hospitalizados com ferimentos graves. Ilya Tvaliashvili, um cinegrafista do canal de TV público GPB, afirmou ter sofrido queimaduras nos olhos após um produto químico ser jogado em seu rosto. Já Mak Jabua, repórter do veículo online Tabula, relata ter recebido golpes na cabeça com um bastão. As informações são do Repórteres sem Fronteiras.

Os equipamentos usados pelos profissionais de imprensa também foram alvos de ataques. Câmeras, microfones e telefones celulares foram roubados e destruídos. Muitos dos jornalistas destacaram a falta de atuação da polícia para impedir o avanço dos agressores. O repórter da TV Pirveli Giorgi Maisuradze disse que a polícia não reagiu enquanto o cinegrafista de sua equipe, Levan Bregvadze, era espancado.

A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, anunciou no Twitter no sábado (10) ter feito uma visita à família de Lashkarava. “O que aconteceu é uma tragédia, e envio minhas condolências a toda a comunidade de mídia e a todos na Geórgia. [O ataque] deve ser investigado, e os responsáveis, punidos.”

Países ocidentais se manifestaram pedindo à Geórgia que garanta a liberdade de expressão no país.

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