Frente à alta de infectados e mortos pelo coronavírus na Argentina, o presidente Alberto Fernández anunciou na noite desta quinta (20) um lockdown de nove dias em regiões consideradas mais críticas. A medida, que representa a volta à fase 1 do plano de combate à crise, entra em vigor no sábado (22).
Além da região metropolitana de Buenos Aires, que engloba a capital federal e concentra 16 milhões de habitantes, serão afetadas as cidades de Rosario, Córdoba e Santa Fé.
Durante esse período, só poderão funcionar atividades essenciais (comércio de alimentos e remédios, hospitais, farmácias e postos de gasolina), e apenas trabalhadores dessas áreas estão liberados para circular, além de políticos, jornalistas e diplomatas, que receberão autorização especial.
Serão suspensas todas as atividades sociais, educativas, religiosas e esportivas. Os comércios poderão, no entanto, manter os serviços de entrega, assim como restaurantes e bares. Segundo o presidente, de acordo com a situação da pandemia, pode haver flexibilização das regras a partir de 31 de maio.
Paralelamente, Fernández anunciou o retorno de alguns auxílios econômicos, como o Repro (Recuperação Produtiva), que beneficiará o comércio, o setor de serviços e indústrias, obrigados a parar de funcionar, e um aumento do salário complementar para trabalhadores dos setores essenciais e de saúde.
Enfermeiros e médicos do país vêm pedindo aumentos e, na semana passada, realizaram uma marcha no centro de Buenos Aires por recursos e melhores condições de trabalho. Também haverá um aumento no investimento do governo em gastos sociais, com um reforço na "tarjeta alimentar", cartão com descontos para compras em supermercados para famílias de baixa renda.
As medidas buscam conter a alta na curva do coronavírus na Argentina. Na última terça-feira (18), foi registrado o recorde de mortes num só dia —744. Desde o começo da crise sanitária, foram 72.669 óbitos e 3,4 milhões de infectados, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
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