O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, esteve nesta sexta-feira (3) na fronteira com a China, onde tropas dos dois países se encontram em um impasse, e disse que os militares estão prontos para defender a Índia.
Suas declarações levaram Pequim a pedir moderação na tensa área no norte do Himalaia.
Modi, em sua primeira viagem à região de Ladakh desde que o Exército indiano perdeu 20 soldados em um confronto com tropas chinesas no mês passado, criticou a política expansionista do rival e disse que o compromisso de seu país com a paz não deve ser visto como sinal de fraqueza.
"Hoje a Índia está se fortalecendo, seja no poder naval, no poder aéreo, no espaço e na força de nosso Exército. A modernização de armas e de infraestrutura aumentou nossa capacidade de defesa", disse ele em um discurso para soldados perto de Leh, a capital regional.
A Índia afirma que as tropas chinesas invadiram a Linha de Controle, também chamada de linha de cessar-fogo, que separa os dois exércitos na região de alta altitude de Ladakh, no dia 15 de junho.
O confronto ocorreu porque as tropas chinesas tentaram erguer defesas no lado indiano da fronteira de fato, segundo os indianos.
"O primeiro-ministro disse que o tempo do expansionismo acabou. Esta é a era do desenvolvimento", afirmou o premiê, segundo o governo indiano, em comunicado à imprensa. "Ele lembrou que é essa mentalidade de expansionismo que causou grandes danos".
A China considera como seu território todo o vale de Galwan, onde o episódio aconteceu, e afirma que foram as tropas indianas da linha de frente ultrapassaram a fronteira, que não é demarcada.
O porta-voz chinês Zhao Lijian, respondendo a uma pergunta sobre a visita de Modi à região, disse que os dois lados estão em contato por meio de canais diplomáticos e militares para contornar a situação.
A crise mais séria na fronteira Índia-China em anos eclodiu no momento em que Pequim se envolve em disputas no Mar da China Meridional e em Taiwan e aperta o cerco sobre Hong Kong.
Nos últimos dias, o Ministério de Energia da Índia determinou que empresas indianas precisarão de permissão do governo para importar da China equipamentos e componentes de fornecimento de energia.
Não está claro se a medida está diretamente ligada às crescentes tensões militares entre os dois países.
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