Dezenas de milhares de pessoas protestaram no extremo leste da Rússia neste sábado (25), no terceiro final de semana seguido de manifestações que criticam a atuação do presidente Vladimir Putin na crise política local.
Moradores de Khabarovsk, cerca de 6.110 quilômetros e sete fusos horários ao leste de Moscou, reclamam da prisão do popular governador da região, Sergei Furgal, acusado de assassinato.
Ele nega a acusação, e seus apoiadores afirmam que a prisão teve motivação política, o que desencadeou uma onda de protestos e uma dor de cabeça para o Kremlin, já ocupado com os efeitos da epidemia da Covid-19 na economia e na renda da população.
Nas marchas, manifestantes gritavam "renuncie Putin" e "Putin é um ladrão". Eles afirmam que houve uma armação para prender Furgal e querem que ele seja retirado de Moscou e julgado em Khabarovsk.
Autoridades da cidade estimam que 6.500 pessoas tenham ido às ruas. Um veículo de mídia local estimou a participação de 20 mil manifestantes, enquanto outros veículos e ativistas da oposição calculam que 50 mil ativistas participaram do ato.
"Queremos Furgal de volta", disse uma empresária. "Essa é a nossa escolha."
Os protestos demonstram a insatisfação de parte da população com políticas formuladas por autoridades baseadas em Moscou e que estariam desconectadas da realidade.
Apoiadores de Furgal, membro do partido nacionalista LDPR, dizem que ele está sendo punido por ter derrotado o candidato do partido governista Rússia Unida, em 2018, do qual Putin faz parte.
Manifestações duradouras não são usuais no país, assim como não é comum que as autoridades russas não intervenham.
Em uma aparente tentativa de esfriar os ânimos, Putin nomeou um novo governador interino na segunda-feira (20). Mas os manifestantes afirmaram que a escolha de Mikhail Degtyaryov, que não tem nenhuma conexão com a região, é um insulto e exigem que ele renuncie.
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