O presidente do Kosovo, Hashim Thaci, foi acusado nesta quarta (24) de crimes de guerra e contra a humanidade pela procuradoria do Tribunal Especial para o país, em Haia, na Holanda.
O tribunal foi estabelecido em 2015 para tratar de supostos crimes cometidos pelas guerrilhas do Exército de Liberação do Kosovo, durante a guerra de 1998 a 1999, contra a dominação sérvia.
A independência do país foi conquistada uma década mais tarde, em 2008.
Segundo a procuradoria, Thaci está sendo indiciado junto a outras pessoas, por assassinatos, desaparecimento de pessoas, perseguição e tortura. Entre os acusados está o ex-presidente do Parlamento, Kadri Vesseli.
Assim como Thaci, Vesseli era um dos comandantes do Exército de Liberação. Eles negam qualquer envolvimento em crimes de guerra.
A procuradoria não forneceu detalhes dos crimes, mas afirma que foram cometidos quase cem assassinatos. Segundo uma nota, o indiciamento “é resultado de uma longa investigação e reflete a determinação da procuradoria de que pode provar todas as acusações acima de qualquer suspeita”.
O comunicado também afirma que o presidente e o ex-comandante realizam uma campanha secreta para subverter a lei que criou o tribunal e obstruem o trabalho do tribunal em uma tentativa de garantir que não encarem a Justiça.
O Tribunal Especial para Kosovo funciona sob as leis kosovares, mas é formado por procuradores e juízes internacionais.
O tribunal surgiu em um processo que se iniciou a partir de um relatório apresentado pelo Comitê de Direitos Humanos do Conselho Europeu, em 2011, que trouxe à tona acusações de crime de guerra do Exército de Liberação contra civis sérvios e opositores políticos albaneses.
A Guerra do Kosovo foi o último confronto decorrente da Guerra Civil da Iugoslávia. Nela, a província albanesa do Kosovo se rebelou contra os sérvios. Durante o confronto, os kosovares receberam apoio das tropas da Otan, a aliança militar ocidental.
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