Não foi só o aumento na tarifa do metrô de Santiago que motivou a onda de protestos no Chile que já deixou 11 mortos.
O reajuste foi a gota d'água para a população chilena expressar sua insatisfação com o cenário político e econômico. Embora o país tenha crescido nos últimos anos —a previsão para 2019 é de 3,37%, contra 1,36% do Brasil— as melhoras econômicas não foram sentidas por todos.
Conheça os principais motivos por trás dos protestos.
Aumento da tarifa
Desde a semana passada, os transportes públicos de Santiago são alvo de vandalismo por causa do aumento de 3,75% das tarifas —os protestos se intensificaram na sexta (18). O governou justificou o reajuste alegando alta do preço do dólar e a necessidade de realizar obras de melhoria no sistema.
Elevado custo de vida
Não são só os transportes que ficaram mais caros. Na última década, o preço para alugar e comprar imóveis aumentou cerca de 150% —a alta foi sentida principalmente nos grandes centros urbanos. Neste ano, as tarifas de luz tiveram alta de 10,5% em maio e 8% em julho —a valorização do dólar foi novamente citada pelo governo como justificativa.
Educação e saúde precárias
O Chile não possui um sistema de saúde público, e os preços dos remédios são altos para a maioria da população. Desde 2011, movimentos estudantis protestam por educação universitária gratuita. Após profundas reformas, o sistema estatal de aposentadoria paga pensões menores que o salário mínimo.
Corrupção
As forças de segurança que reprimem os protestos estão no centro de escândalos revelados nos últimos anos. Membros da alta cúpula do Exército chileno são acusados de se apropriar de quase US$ 7 milhões, que teriam sido gastos em regalias como viagens e presentes a familiares. Mais de cem policiais são investigados por desviar cerca de US$ 38 milhões da corporação.
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