Países europeus defendem novas eleições na Venezuela

Espanha, Alemanha, Portugal e UE manifestam apoio à Assembleia Nacional na condução de um processo eleitoral

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Bruxelas, Madri e Berlim | Reuters e AFP

Os governos da Alemanha e da Espanha manifestaram nesta quinta-feira (24) apoio a que a Assembleia Nacional da Venezuela conduza novas eleições, um dia depois que o presidente desse órgão, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país, no lugar do ditador Nicolás Maduro.

O premiê espanhol, Pedro Sánchez, falou com Guaidó por telefone e relatou ter manifestado apoio à realização de novas eleições no país, embora reconhecendo a "coragem com que ele tem lidado com a situação". 

"Temos de evitar que as coisas piorem e isso exige sem dúvida um processo de intervenção para garantir a única saída possível, que são eleições", afirmou o chanceler espanhol, Josep Borrell.

"O cenário mudou radicalmente. Há mortos, houve uma ação violenta. Não podemos estar como estávamos anteontem", acrescentou. 

"O povo venezuelano é corajosamente compromissado com um futuro livre para o país", afirmou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert. "Isso requer um processo político que leve a eleições livres. Assembleia Nacional, democraticamente eleita, tem um papel especial aqui."

Segundo dados da ONG Observatório Venezuelano de Conflitividade Social houve 14 mortos desde o início dos protestos, na noite de 22 de janeiro, um dia antes da marcha massiva em apoio a Guaidó.

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse: "Depois da eleição ilegítima de Nicolás Maduro, em maio de 2018, a Europa apoia a restauração da democracia".

"Aclamo a valentia de centenas de milhares de venezuelanos que caminham por sua liberdade", acrescentou.

Portugal também se manifestou pela realização de novas eleições e pelo respeito à Assembleia Nacional legitimamente eleita, mas evitou reconhecer Guaidó como presidente interino.

"Esse regime [Maduro] tem que entender que sua hora acabou e que é necessário realizar, no prazo mais breve possível, eleições justas e livres", afirmou o ministro português das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva.

A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, não reconheceu oficialmente a Guaidó como líder do país e também defendeu novas eleições.

"Apoiamos as forças democráticas no país", afirmou uma porta-voz da comissão.

"Nosso principal foco é no desenrolar dos fatos na Venezuela. Estamos dando apoio à Assembleia Nacional e gostaríamos de um processo político que leve a eleições." 

Já o Reino Unido se distanciou da posição europeia, manifestando apoio direto a Guaidó.

"O Reino Unido acredita que Juan Guaidó é a pessoa certa para levar a Venezuela adiante. Estamos apoiando os EUA, o Canadá, o Brasil e a Argentina para fazer com que isso aconteça", afirmou o secretário do Exterior britânico, Jeremy Hunt.

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