O Ministério da Defesa da Rússia responsabilizou indiretamente Israel pelo incidente que resultou na derrubada de um avião de reconhecimento de Moscou, na noite de segunda-feira (17), a 30 km da costa síria, na altura da cidade de Latakia. Os 15 passageiros morreram.
O modelo II-20 estava voltando para sua base, no oeste da Síria, quando foi atingido sobre o Mediterrâneo por fogo amigo –artilharia antiaérea das tropas leais ao ditador Bashar al-Assad, apoiado pelo Kremlin.
Mas em telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse que a responsabilidade é da Síria.
Após a conversa, Putin afirmou que tudo foi um "trágico acaso".
"O mais provável neste caso parece que foi uma cadeia de trágicos eventos ao acaso, porque uma aeronave israelense não derrubou a nossa", afirmou.
"Quanto às medidas retaliativas, elas terão como objetivo em primeiro lugar garantir a segurança de nosso pessoal militar e nossas instalações na Síria. E estes são passos que todo mundo vai notar", afirmou.
Segundo o governo russo, jatos F-16 israelenses “encurralaram” a aeronave russa ao usá-la como escudo para se aproximar de alvos terrestres na Síria sem serem alvejados pelo Exército do regime.
“Escondendo-se atrás do avião russo, os pilotos israelenses o colocaram na linha de mira dos sistemas antiaéreos sírios”, disse o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov.
A pasta classificou a ação israelense como irresponsável e hostil, e informou ter sido avisada do início da investida com apenas um minuto de antecedência. Também referiu-se a ela como “provocação deliberada”.
Israel oficialmente não tomou partido na guerra civil que despedaça a Síria desde 2011, mas faz operações pontuais contra o que diz serem posições da facção libanesa Hizbullah naquele país –o grupo é financiado pelo Irã, inimigo israelense. O Exército israelense não se pronunciou sobre o incidente.
O Ministério da Defesa russo disse já ter localizado os destroços da aeronave e recuperado alguns corpos de militares no mar.
O embaixador de Israel em Moscou foi convocado pela chancelaria já na terça (18) para dar explicações.
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