Mianmar rejeitou nesta quarta-feira (29) relatório em que investigadores da ONU pedem que Exército seja processado pelo genocídio da minoria rohingya, dizendo que o texto faz "alegações falsas".
O relatório marca a primeira vez em que a organização pede que autoridades de Mianmar sejam acusadas de genocídio. Até agora, a ONU chamava a campanha de repressão contra os rohingyas de limpeza étnica.
"Nossa posição é clara, e quero dizer que não aceitamos quaisquer resoluções conduzidas pelo Conselho de Direitos Humanos", afirmou o porta-voz Zaw Htay à mídia estatal.
A missão foi formada pelo conselho em 2017. Mianmar, no entanto, não permitiu que os investigadores entrassem no país.
"Por isso não concordamos e não aceitamos quaisquer resoluções feitas pelo Conselho de Direitos Humanos", disse Zaw Htay.
O porta-voz afirmou que o país tem uma política de "tolerância zero contra violações de direitos humanos" e estabeleceu uma comissão de inquérito para responder às "falsas alegações" feitas pela ONU e "outras comunidades internacionais".
Neste ano, o governo de Mianmar criou um painel constituído por dois membros nacionais e dois internacionais -- a diplomata filipina Rosario Manalo e o ex-embaixador do Japão junto à ONU Kenzo Oshima.
O governo da líder Aung San Suu Kyi afirma que o Exército do país respondeu a uma ameaça legítima imposta por militantes rohingyas, que atacaram postos da polícia no estado de Rakhine.
"Se houver qualquer problema de direitos humanos, apenas nos deem evidências fortes, histórico e data para que possamos adotar medidas legais contra aqueles que quebrem as leis e as regulações", disse Zaw Htay.
Cerca de 700 mil rohingyas fugiram da repressão militar no estado de Rakhine para a vizinha Bangladesh desde agosto do ano passado.
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