Uma delegação do Conselho de Segurança da ONU visitou neste domingo (29) os refugiados rohingyas na fronteira entre Bangladesh e Mianmar.
Mianmar sofre uma intensa pressão internacional desde agosto de 2017, após uma campanha militar em que a ONU classificou de limpeza étnica, algo que as autoridades birmanesas desmentem, no estado de Rakhine, oeste do país.
A campanha provocou a fuga para a vizinha Bangladesh de quase 700 mil rohingyas, uma minoria muçulmana apátrida em um país de maioria budista.
A delegação da ONU deve se reunir com rohingyas nos campos de refugiados em Bangladesh e com a primeira-ministra do país, Sheikh Hasina.
Depois, os representantes da ONU devem viajar a Mianmar para uma reunião com a dirigente civil Aung San Suu Kyi. A delegação deve ser autorizada a sobrevoar o estado de Rakhine, uma área que tem o acesso extremamente limitado pelas autoridades birmanesas.
Em Bangladesh, o comissário para os refugiados, Mohamad Abul Kalam, declarou à AFP que a delegação da ONU, composta por 26 diplomatas de 15 países, viajou primeiro ao campo de Konarpara, onde vivem 6.000 rohingyas.
O administrador do campo, Dil Mohamad, informou que a delegação se reuniu com mulheres vítimas de violência em Rakhine e com idosos.
"Contamos que permanecemos aqui para salvar nossas vidas", disse à AFP.
"Temos muita vontade de retornar a nossa casa, desde que a ONU garanta a nossa segurança", completou.
A delegação também pretende visitar o campo de Kutupalong, onde centenas de rohingyas protestaram com cartazes que exigiam a restauração de seus direitos em Mianmar. Foram dispersados sem confrontos pela polícia.
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