Brasil e EUA terão reunião sobre sobretaxa ao aço na Cúpula das Américas

Aloysio Nunes debaterá tema com secretário de Comércio de Trump no Peru

Wilbur Ross aparece falando em microfone enquanto depõe ao Senado; ele aparece de terno na imagem
O secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, em depoimento ao Senado americano; ele integrará comitiva de Trump à Cúpula das Américas - Chip Somodevilla - 22.mar.2018/Getty Images/AFP
Patrícia Campos Mello
São Paulo

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, vai se reunir nesta quinta (12) com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, para tratar das tarifas que os EUA ameaçam impor sobre o aço e o alumínio brasileiros.

O encontro, às margens da Cúpula das Américas, em Lima (Peru), terá a participação do secretário de comércio exterior, Abrão Árabe Neto, e do secretário de Estado dos EUA em exercício, John Sullivan.

O governo brasileiro negocia com Washington para tornar permanente a isenção da sobretaxa de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio. Os EUA são os maiores compradores de aço brasileiro, e as tarifas podem gerar perda anual de US$ 1,1 bilhão.

Ross administra os pedidos de empresas americanas compradoras de aço e alumínio para excluir determinados produtos das tarifas, que se avolumam e superam 700.

Do outro lado, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA,o USTr, determinará quais países terão as tarifas suspensas. É preciso que a empresa americana solicitante prove que o produto a ser excluído da lista não pode ser substituído nos EUA.

O governo brasileiro tenta também limitar a contrapartida para se livrar das tarifas.

O Brasil argumenta que as sobretaxas sobre seu aço vão prejudicar diretamente as siderúrgicas americanas, afirma Pablo Bentes, diretor-executivo do escritório Steptoe and Johnson (EUA), que assessora o instituto Aço Brasil.

Elas compram mais de 80% do produto sob a forma semiacabada para transformar em peças e vender a fabricantes de eletrodomésticos, automóveis e outros.

Além disso, o Brasil importa US$ 1 bilhão em carvão dos EUA. "Há o reconhecimento de que o caso do Brasil é muito particular, por causa desses aspectos", diz Bentes.

BILATERAIS

Nunes também irá se reunir com os chanceleres da Bolívia, do Equador e do Chile.

Já o presidente Michel Temer tem um encontro bilateral com o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, para agradecer a cessão do lugar na fila pela vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU, que o Brasil voltará a ocupar em 2022, 11 anos antes do previsto.

Temer também pode se encontrar com Sebastián Piñera, presidente do Chile, que virá ao Brasil em breve.

Não estão previstos encontros com o americano Donald Trump nem com o argentino Mauricio Macri.

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