Com rohingyas como tema central da viagem, papa chega a Mianmar
Max Rossi/Reuters | ||
O papa Francisco � abra�ado por crian�a ao desembarcar em Yangon, em Mianmar |
O papa Francisco pousou em Yangon, em Mianmar, nesta segunda-feira (27), no in�cio de uma visita delicada do l�der da Igreja Cat�lica ao pa�s majoritariamente budista, que os Estados Unidos e a ONU acusaram de realizar uma "limpeza �tnica" contra sua popula��o de mu�ulmanos rohingyas.
O tratamento da minoria deve ser o principal tema da viagem do papa, que tamb�m ir� para Bangladesh, para onde mais de 620 mil rohingyas fugiram para escapar do que a Anistia Internacional qualificou como "crimes contra a humanidade.
Ap�s chegar a Mianmar, o papa se encontrou por 15 minutos com o general Min Aung Hlaing, chefe do Ex�rcito birman�s. Os militares negam as acusa��es de assassinato, estupro, tortura e deslocamento for�ado da minoria.
Os detalhes da conversa n�o foram revelados, mas o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, disse que o pont�fice destacou a "grande responsabilidade" que os militares t�m na transi��o democr�tica do pa�s.
VIAGEM
Depois de partir de Roma, Francisco disse aos rep�rteres em seu avi�o: "Eles dizem que � muito quente (em Mianmar). Lamento, mas esperemos que ao menos seja frut�fero".
Minorias �tnicas com vestimentas tradicionais receberam o pont�fice no aeroporto de Yangon, e crian�as o presentearam com flores quando ele desceu do avi�o.
Ele acenou por uma janela aberta para dezenas de crian�as que portavam bandeiras do Vaticano e de Mianmar usando camisetas com o bord�o da viagem - "amor e paz" - quando partiu em um Toyota azul rumo � Catedral de Santa Maria, no centro da cidade.
S� cerca de 700 mil dos 51 milh�es de habitantes de Mianmar s�o cat�licos. Milhares deles viajaram de trem e �nibus para Yangon e se juntaram a multid�es reunidas em v�rios pontos do trajeto iniciado no aeroporto para ter um vislumbre de Francisco.
"Viemos aqui ver o Santo Padre. Acontece uma vez em s�culos", disse Win Min Set, l�der comunit�rio que levou um grupo de 1.800 cat�licos de Estados do sul e do oeste do pa�s.
"Ele � muito esclarecido quando se trata de quest�es pol�ticas. Vai lidar com a quest�o com esperteza", disse, referindo-se � sensibilidade dos debates do papa sobre os rohingyas.
Muitos policiais do batalh�o de choque foram mobilizados na principal cidade da na��o, mas n�o houve sinais de protestos.
A viagem � t�o delicada que alguns assessores papais aconselharam Francisco a n�o usar a palavra "rohingya" para evitar um incidente diplom�tico que poderia virar o governo e os militares contra a minoria crist�.
O �xodo dos rohingyas do Estado de Rakhine para Bangladesh come�ou no final de agosto, quando militantes rohingyas atacaram postos de seguran�a e o Ex�rcito de Mianmar lan�ou uma contra-ofensiva.
O pa�s n�o reconhece os rohingyas como cidad�os ou membros de um grupo �tnico distinto com identidade pr�pria e rejeita at� o termo "rohingya" e seu uso.
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