Mianmar assina acordo com Bangladesh para repatriar rohingyas
O governo de Mianmar assinou nesta quinta-feira (23) um memorando para um acordo com Bangladesh que vai permitir o retorno ao territ�rio birman�s dos milhares de membros da minoria rohingya que se refugiaram no pa�s vizinho.
De acordo com a ONU, mais de 600 mil rohingyas deixaram Myanmar e foram para Bangladesh desde o final de agosto, quando teve in�cio uma a��o militar do Ex�rcito birman�s.
O texto "estipula que o programa de retorno deve come�ar em dois meses", disse em nota o Minist�rio das Rela��es Exteriores de Bangladesh.
A declara��o n�o usa o termo "rohingya" —que as autoridades birmanesas rejeitam— e se refere a "pessoas deslocadas do estado de Rakhine", regi�o do oeste de Mianmar onde vive a minoria..
N�o s�o especificados tamb�m os crit�rios de repatria��o ou o n�mero de pessoas envolvidas neste programa.
"N�s estamos prontos para receb�-los assim que poss�vel", disse � ag�ncia Reuters Myint Kyaing, secret�rio do Minist�rio de Trabalho e Imigra��o de Mianmar. Segundo ele, os rohingyas precisar�o preencher um formul�rio antes de retornar ao pa�s.
O acordo entre os dois pa�ses aconteceu um dia ap�s os Estados Unidos classificarem a a��o dos militares birmaneses contra os rohingyas de "limpeza �tnica", abrindo espa�o para san��es contra os respons�veis. A ONU j� tinha usado o mesmo termo para se referir ao caso.
Referindo-se a "atrocidades horr�veis" contra os rohingya, o secret�rio de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse em um comunicado: "Depois de uma an�lise cuidadosa e completa dos fatos dispon�veis, � claro que a situa��o no norte do Estado de Rakhine constitui uma limpeza �tnica contra os rohingya."
"Esses abusos por alguns dos militares, for�as de seguran�a e justiceiros locais birmaneses causaram tremendo sofrimento e obrigaram centenas de milhares de homens, mulheres e crian�as a fugir de suas casas na Birm�nia [nome antigo de Mianmar] para buscar ref�gio em Bangladesh", afirmou.
Os Estados Unidos apoiam uma investiga��o independente sobre o que aconteceu no Estado de Rakhine e buscar�o a��es que incluam poss�veis san��es espec�ficas, disse Tillerson.
"Os respons�veis por essas atrocidades devem ser responsabilizados", disse ele.
As declara��es do secret�rio mostram uma mudan�a na atua��o americana sobre o caso. Na �ltima semana, Tillerson visitou Mianmar, mas se recusou a comentar se a a��o militar caracterizava limpeza �tnica.
Monitores dos direitos humanos acusaram militares de Mianmar de diversos crimes, incluindo estupros e assassinatos em massa, contra os rohingya durante as opera��es que come�aram ap�s ataques de militantes rohingya contra 30 postos policiais e uma base militar.
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