Trump declara epidemia do v�cio em opi�ceos nos EUA emerg�ncia de sa�de
O presidente Donald Trump declarou nesta quinta-feira (27) que a epidemia de opi�ceos nos Estados Unidos � uma emerg�ncia de sa�de p�blica nacional, ap�s muitas cr�ticas sobre sua aparente indiferen�a � crise que matou 53,3 mil americanos no ano passado.
Mas o fato de n�o ter classificado a epidemia como uma "emerg�ncia nacional", o que levaria � libera��o imediata de recursos para iniciativas de combate a opi�ceos, desagradou uma ala do governo e do Congresso, que quer medidas mais concretas.
Carlos Barria/Reuters | ||
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Donald Trump apresenta plano para combater o aumento das mortes ligadas ao consumo de opi�ceos |
"Est�vamos esperando o presidente dizer que pediria US$ 100 bilh�es ao Congresso para isso, coisas espec�ficas", disse o senador democrata Edward Markey. "Mas s� palavras sem a��es n�o passam de promessas falsas."
Sua declara��o n�o garante mais recursos, mas permite que fundos sejam redirecionados, verbas cheguem mais rapidamente �s comunidades atingidas e barreiras regulat�rias sejam removidas.
Em discurso aberto pela primeira-dama, Melania, Trump usou a luta contra o alcoolismo de seu irm�o mais velho, Fred, como um exemplo da dificuldade em lidar com o v�cio em drogas.
Num esfor�o calculado para abrandar seu estilo, Trump falou em "fam�lias dilaceradas" pelas drogas, "�rf�os dos opioides" e de uma "gera��o desperdi�ada" ao prometer liberar recursos para tratar viciados em hero�na e analg�sicos � base de opi�ceos —os Estados Unidos s�o o pa�s que mais consome esses medicamentos no mundo.
No ano passado, quase um milh�o de americanos usaram hero�na e 11 milh�es abusaram de analg�sicos opi�ceos. No mesmo ano, 64 mil americanos morreram de overdose de drogas, sendo 53,3 mil de analg�sicos opi�ceos ou de drogas como hero�na e fentanil.
N�mero de mortes por overdose de drogas nos EUA - Por 100 mil habitantes (por etnia)
AS DROGAS QUE MAIS MATARAM EM 2016** -
"Estamos lidando com a maior crise de drogas da hist�ria dos Estados Unidos", disse o presidente, rodeado de pessoas que perderam amigos ou parentes para os opi�ceos. "Overdoses agora s�o a principal causa de morte no pa�s. Mais pessoas morrem de overdose do que em acidentes de carro ou mortas por armas de fogo."
Trump disse que reverteria uma lei que pro�be que verbas do sistema p�blico de sa�de sejam usadas nesse tipo de tratamento e que exigir� novos treinamentos voltados a m�dicos.
MURO
Tamb�m disse que financiaria campanhas publicit�rias antidrogas, pesquisas de tratamentos alternativos, analg�sicos que n�o induzam ao v�cio e maior vigil�ncia, tanto de pacotes enviados aos EUA quanto nas fronteiras, usando a crise atual dos opi�ceos para defender a expans�o do muro na divisa com o M�xico , uma de suas maiores promessas de campanha.
"Por muito tempo, perigosos cart�is criminosos puderam se infiltrar em nosso pa�s", disse Trump. "Vamos construir um muro que vai ajudar [a acabar] com o problema. E precisamos trabalhar com outros pa�ses para barrar as drogas na origem."
Nesse ponto, ele mencionou a Am�rica Latina e a China, pa�s conhecido por produzir fentanil, um opioide ainda mais potente que a hero�na. Trump adiantou que falaria do assunto com o l�der chin�s, Xi Jinping, em sua visita ao pa�s em breve.
Trump fez campanha prometendo combater o v�cio em medicamentos opi�ceos e, depois de assumir, criou uma comiss�o para estudar o problema. O colegiado recomendou que o presidente declarasse uma emerg�ncia nacional, o que levaria � libera��o imediata de recursos e ampliaria o acesso para a droga antioverdose naloxona, que � cara e est� em falta em v�rios Estados.
Em agosto, o ent�o secret�rio de Sa�de, Tom Price, disse n�o achar necess�rio declarar emerg�ncia. Quando era deputado, Price se op�s a uma lei que obrigava os planos de sa�de a cobrir tratamento para depend�ncia.
Ele n�o acreditava na efic�cia dos uso de metadona para tratar o v�cio em hero�na. Caiu dois meses depois.
O primeiro indicado de Trump ao posto de "czar antidrogas", o deputado Tom Marino, abandonou o cargo na semana passada depois que vieram � tona revela��es de ele teria atuado a favor da ind�stria farmac�utica contra medidas para restringir vendas de medicamentos que acabavam no mercado negro.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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