Su�cia arquiva caso contra Assange sobre estupro, mas futuro � incerto
Peter Nicholls 5.fev.2016/Reuters | ||
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Julian Assange, fundador do Wikileaks, na embaixada do Equador em Londres |
As autoridades da Su�cia decidiram nesta sexta-feira (19) suspender a investiga��o de estupro contra Julian Assange. Por�m, o futuro do fundador do Wikileaks, que vive desde 2012 asilado na embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradi��o para o pa�s escandinavo, permanece incerto.
Segundo a promotoria sueca, "as possibilidades de conduzir a investiga��o est�o esgotadas" devido � impossibilidade de convocar Assange. As autoridades dizem, por�m, que o caso pode ser reaberto se o investigado retornar � Su�cia antes da prescri��o das acusa��es, em 2020.
Apesar da suspens�o do inqu�rito, a pol�cia brit�nica alertou que Assange pode ser preso se deixar a embaixada do Equador pois ainda h� uma ordem de pris�o contra ele emitida por cortes do Reino Unido devido � sua decis�o de n�o se entregar �s autoridades.
Ap�s o an�ncio da promotoria sueca, Assange fez um pronunciamento na sacada da embaixada equatoriana em que disse que a queda do inqu�rito contra ele � uma "vit�ria para mim" e para os direitos humanos.
O fundador do Wikileaks tamb�m disse que ficaria "feliz" em colaborar com as autoridades do Reino Unido e dos Estados Unidos para discutir sobre seu futuro.
Mais cedo, ele havia se pronunciado nas redes sociais. "[Fiquei] detido por sete anos sem acusa��es enquanto meus filhos cresciam e meu nome era difamado. N�o esque�o nem perdoo", disse.
Os advogados de Assange buscam agora apoio internacional para permitir sua sa�da da embaixada equatoriana.
"Precisamos de uma interven��o pol�tica para fazer esta situa��o acabar. Ele � o �nico preso pol�tico na Europa Ocidental", disse o advogado Juan Branco.
Assange, 45, � natural da Austr�lia.
ACUSA��ES
O fundador do WikiLeaks � suspeito de estuprar e abusar sexualmente de duas mulheres durante visita � Su�cia em agosto de 2010, mas n�o chegou a ser indiciado pelos delitos. Em dezembro do mesmo ano, ele foi detido preventivamente em Londres a pedido da Su�cia.
Ap�s batalha judicial, a Justi�a brit�nica ordenou em 2012 a extradi��o de Assange, que n�o ocorreu devido � sua decis�o de se asilar na embaixada equatoriana. Desde ent�o, ele vive na embaixada sob vigil�ncia policial porque n�o recebeu o salvo-conduto brit�nico para viajar ao pa�s sul-americano. Ele chegou a ser interrogado no local em 2016 pelas autoridades suecas.
Assange nega as acusa��es de estupro e diz que elas s�o apenas um pretexto para a sua extradi��o para os Estados Unidos, onde ele poderia ser julgado por vazamento de informa��es confidenciais.
Desde 2009, o WikiLeaks publicou centenas de milhares de documentos do Departamento de Estado e das For�as Armadas americanas sobre viola��es cometidas nas guerras do Iraque e do Afeganist�o e sobre instrumentos de espionagem em grande escala contra autoridades e cidad�os ao redor do mundo.
Parte do material foi repassada ao site por Chelsea Manning, fuzileira naval que recolheu os dados dos sistemas do governo americano durante seu servi�o no Iraque. Devido ao vazamento, Manning foi condenada a 35 anos de pris�o em 2013. Ela saiu da pris�o nesta quarta-feira (17) ap�s ter sua pena reduzida em janeiro por ordem do ent�o presidente Barack Obama.
'CHOCADA'
A denunciante sueca que acusa Julian Assange de estupro, considera um "esc�ndalo" o arquivamento do processo e, "chocada", mant�m as acusa��es, afirmou a advogada Elisabeth Fritz.
"� um esc�ndalo que um suposto estuprador possa escapar da justi�a e evitar assim os tribunais (...) Minha clienta est� chocada e nenhuma decis�o de arquivar o caso pode mudar o fato de que Assange a violentou", escreveu a advogada em um e-mail enviado � ag�ncia AFP.
J� Assange afirmou nesta sexta-feira que "n�o esquece e n�o perdoa" ter sido privado de liberdade durante sete anos, incluindo cinco na embaixada do Equador em Londres, ap�s o arquivamento pela justi�a sueca de uma investiga��o sobre estupro.
"Detido durante sete anos sem acusa��es enquanto meus filhos cresciam e meu nome era jogado na lama. Eu n�o perdoo e n�o esque�o", escreveu no Twitter de seu ref�gio na embaixada do Equador.
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