Document�rio aborda ass�dio no WikiLeaks e irrita Pamela Anderson
Um document�rio lan�ado neste m�s nos EUA sobre o site WikiLeaks, conhecido por divulgar documentos secretos de governos e ag�ncias de espionagem, traz � tona cenas �ntimas de seu fundador, Julian Assange, e acusa��es contra seus integrantes.
Em meio � pol�mica, Assange (que vive h� quase cinco anos na Embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado e julgado por estupro na Su�cia ) ganhou uma improv�vel defensora: a atriz Pamela Anderson, famosa pela s�rie dos anos 90 "SOS Malibu".
David LaChapelle | ||
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e a atriz Pamela Anderson posam para foto em Londres |
Num texto em seu blog, Anderson declara seu amor pelo hacker australiano de 45 anos, confirmando que os dois est�o numa rela��o e chamando o document�rio de "problem�tico".
"Risk" foi dirigido pela americana Laura Poitras, vencedora do Oscar de 2015 por "Citizenfour", sobre Edward Snowden, ex-analista que vazou documentos da Ag�ncia Nacional de Seguran�a dos EUA (NSA).
"Em vez de tentar entender, ela come�ou a julgar aqueles que tiveram a coragem de se expor [...] Em algum momento, a sra. Poitras ir� perceber como sua abordagem foi tendenciosa", escreve Anderson.
Curiosamente, a atriz de 49 anos foi ela pr�pria v�tima de vazamentos an�nimos na internet em 1995, quando uma fita de sexo dela com seu ent�o marido foi roubada de sua casa e distribu�da on-line.
Nos �ltimos meses, Anderson foi vista v�rias vezes visitando Assange na embaixada equatoriana nos �ltimos meses, sempre com pacotes de comidas veganas.
REEDI��O
"Risk" teve sua estreia no Festival Cannes em 2016 e recebeu cr�ticas por mostrar Assange de maneira heroica.
Mas Poitras reeditou o filme no final do ano passado e inclui trechos no qual Assange fala sobre as duas mulheres que o acusam de estupro —motivo pelo qual est� exilado na embaixada, temeroso de que, se extraditado para a Su�cia, possa ser extraditado depois para os EUA, onde � procurado por atividades ligadas ao WikiLeaks.
O hacker comenta que as duas mulheres s�o "feministas radicais" e desdenha de uma delas por ser fundadora de "um clube de l�sbicas".
Ele aparece conduzindo reuni�es do WikiLeaks e em telefonemas de trabalho, mas tamb�m surge cercado por funcion�rios que cortam seu cabelo enquanto veem v�deos engra�ados no YouTube.
Isolado, Assange tem aulas de boxe numa sala apertada, circula de robe pela embaixada e recebe visitas de celebridades, como a da cantora americana Lady Gaga, que faz perguntas esdr�xulas sobre sua comida predileta.
Al�m de Assange, outro integrante do WikiLeaks ganha destaque, Jacob Appelbaum.
Ele � visto dando palestras sobre seguran�a on-line para ativistas na Tun�sia e no Egito e � relembrando ao final quando � acusado por diversas pessoas de abusos sexuais e verbais, o que o leva a ser afastado de diversos projetos. O filme n�o se aprofunda na quest�o, e diretora avisa que teve uma breve rela��o com Appelbaum.
Em um cinema em Los Angeles, Poitras respondeu a perguntas do p�blico e disse que n�o queria fazer das alega��es sobre ass�dio o foco do document�rio.
"Mas queria destacar a cultura sexista que existe nessa comunidade. S�o pessoas com grandes ideais e conceitos de senso de justi�a, mas com estas rela��es depreciativas [das mulheres]", disse.
Questionada sobre o poder o WikiLeaks nas elei��es dos EUA em 2016, quando vazou e-mails da campanha da democrata Hillary Clinton, Poitras defendeu o site e Assange. "Ele n�o � movido por partidarismos", afirmou. "Ele divulgaria documentos contra Trump se os tivesse."
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