Macri 'relan�a' rela��o com visita a Dilma nesta sexta-feira
A comitiva do presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, vai passar duas horas em Bras�lia nesta sexta-feira (4).
Durante sua passagem rel�mpago pela capital, ele se encontrou com a presidente Dilma Rousseff, o chanceler Mauro Vieira e o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Everton Vargas.
Alan Marques/Folhapress | ||
Presidente Dilma recebe o presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, no Pal�cio do Planalto |
Da atmosfera pol�tica tensa de Bras�lia —conturbada pelo processo de impeachment contra a presidente Dilma, Macri partir� para S�o Paulo, onde dever� ser recebido com pompa e circunst�ncia na Fiesp, chefiada pelo peemedebista Paulo Skaf, ligado ao vice-presidente Michel Temer. Depois, ele segue para o Chile.
A visita, que inclui almo�o, ocupa o dobro do tempo da passagem por Bras�lia na agenda do argentino. Mais de cem empres�rios confirmaram presen�a no evento da Fiesp, que entregar� a Macri a Ordem do M�rito Industrial S�o Paulo, que j� premiou Cristina Kirchner em 2013.
A viagem de Macri ao Brasil foi confirmada antes das not�cias mais recentes sobre o processo pol�tico de Dilma e n�o se cogitou cancel�-la.
Ele e Dilma ficaram frente a frente pela primeira vez desde que o pol�tico, que faz oposi��o a Cristina, venceu as elei��es, no fim de novembro.
O PT de Lula fez campanha pelo rival de Macri, o governista Daniel Scioli, que Dilma chegou a receber no Planalto —algo inusual para um governador provincial.
Entre os funcion�rios do presidente eleito, a vers�o � que n�o ficou rancor e que o Brasil � s�cio estrat�gico na nova pol�tica externa da Argentina. Mas os dois presidentes sabem que representam for�as pol�ticas diferentes.
Macri � empres�rio e faz parte da centro-direita, que mais se assemelha ao PSDB do que ao PT de Dilma.
LA�OS E REGRAS
A reuni�o entre os dois deve ressaltar a import�ncia institucional da rela��o entre os presidentes, sem entrar no crit�rio das cores pol�ticas.
Macri pretende mostrar que a Argentina quer se reabrir a investimentos estrangeiros e vai informar que pretende criar regras claras para gerar confian�a e atrair investidores. Precisa de d�lares o mais rapidamente poss�vel para recompor as reservas do Banco Central.
S� assim poderia retirar restri��es �s importa��es, maior queixa dos empres�rios brasileiros.
Divulga��o, Cambiemos/Reuters | ||
Macri (centro) com a futura chanceler, Susana Malcorra, e Mart�n Lousteau, futuro embaixador nos EUA |
Ele tamb�m precisa que o Brasil lhe d� informa��es sobre o est�gio da negocia��o do Mercosul com a Uni�o Europeia, que j� est� em curso. Cristina n�o repassou informa��es ao advers�rio e vem dificultando a transi��o.
Ele viaja com seu chefe de gabinete, Marcos Pe�a, a futura chanceler Susana Malcorra e o futuro assessor de assuntos estrat�gicos da Casa Rosada, Fulvio Pompeo.
H� a expectativa de que o presidente eleito reforce sua posi��o cr�tica � Venezuela, um ponto de diverg�ncia entre os dois mandat�rios. A Argentina defende puni��o do pa�s pelo Mercosul, em raz�o dos pol�ticos presos pelo governo de Nicol�s Maduro.
Macri assume o governo da Argentina no dia 10, num momento de "congelamento" do bloco, em suas palavras.
O fluxo comercial bilateral, que somou US$ 39 bilh�es em 2011, encolheu para menos de US$ 18 bilh�es nos primeiros nove meses do ano. Al�m das travas de Cristina, contribu�ram para o atual esfriamento a recess�o brasileira e a estagna��o argentina.
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