Dilma exigir� de Obama a retirada de seu nome da lista de espionados
A presidente Dilma Rousseff quer que o americano Barack Obama garanta, na conversa que os dois devem ter �s margens da C�pula das Am�ricas, a exclus�o do nome dela na lista de l�deres estrangeiros espionados pela Ag�ncia Nacional de Seguran�a dos EUA (NSA, na sigla em ingl�s).
Essa seria a condi��o para reagendar a visita de Estado a Washington, que ocorreria em outubro de 2013, mas foi cancelada por Dilma ap�s o esc�ndalo de espionagem.
O Conselho de Seguran�a Nacional dos EUA est� revendo a lista de l�deres mundiais espionados pela NSA. Obama j� tinha ordenado publicamente que a NSA deixasse de monitorar a chanceler alem�, Angela Merkel.
Mas, segundo reportagem do "The New York Times" em fevereiro, l�deres do M�xico e do Brasil continuam sob vigil�ncia.
Dilma teria ficado "fora de si" com a informa��o e exigiria uma "garantia" de Obama de que ela tamb�m est� fora da lista, segundo a Folha apurou com duas pessoas que acompanham a negocia��o.
S� assim ela dar� in�cio � s�rie de di�logos ministeriais que preparam o terreno para a visita � Casa Branca.
O encontro entre os dois no Panam�, durante a c�pula que se realiza nos pr�ximos dias 10 e 11, pode ser uma reuni�o bilateral ou simplesmente o chamado "pull aside", uma conversa informal no intervalo dos compromissos.
J� est� descartada a possibilidade de uma visita em maio ou junho, pois n�o haveria tempo para prepar�-la. Setembro e outubro s�o meses congestionados em Washington: duas visitas de Estado, dos l�deres do Jap�o e da China, e duas visitas "de trabalho", menos solenes, dos l�deres da Indon�sia e da Coreia do Sul.
Portanto, caso seja reagendada para este ano, a visita de Dilma ser� meramente de trabalho. Se ocorrer ano que vem, poder� ser uma visita de Estado.
Para Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center, o restabelecimento das rela��es com os EUA, estremecidas desde o esc�ndalo de espionagem, vem crescendo.
Visitas recentes do ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, a Washington, e do subsecret�rio do Tesouro, Nathan Sheets, ao Brasil, s�o sinais disso.
A conversa do chanceler Mauro Vieira com Susan Rice, assessora de Seguran�a Nacional, e o telefonema do vice, Joe Biden, a Dilma em mar�o, reiterando o convite, tamb�m.
"Esse encontro [de Dilma e Obama] durante a c�pula � importante para o reengajamento", afirma Sotero.
Mas a agenda para uma poss�vel visita continua an�mica. Um dos an�ncios seria a libera��o da entrada de carne in natura brasileira nos EUA.
Isso j� foi anunciado pelo menos duas vezes antes pelos dois governos, mas esbarrou em obst�culos.
J� o acordo de facilita��o de com�rcio entre os dois pa�ses est� bem encaminhado.
Outro poss�vel avan�o, que seria anunciado durante a visita de 2013, � o Global Entry, sistema que facilita a entrada de viajantes internacionais cadastrados.
A isen��o de visto, um dos grandes temas bilaterais, � mais dif�cil. "E pode ser contraproducente, porque pode haver brasileiros embarcando sem visto s� para serem barrados nos EUA", diz uma pessoa pr�xima �s negocia��es.
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