'Guardian' e 'Washington Post' levam Pulitzer por revela��es sobre NSA
A s�rie de reportagens que revelou o amplo esquema de espionagem do governo americano por meio da Ag�ncia de Seguran�a Nacional (NSA) deu � equipe do "The Guardian" nos Estados Unidos e ao "The Washington Post" o pr�mio Pulitzer na categoria "Servi�o P�blico".
Segundo a Universidade Columbia, respons�vel pela premia��o, a cobertura dos dois jornais "estimulou um debate sobre a rela��o entre o governo e o p�blico em temas de seguran�a e privacidade" e ajudou o leitor "a perceber de que forma as revela��es se enquadram na discuss�o mais ampla sobre seguran�a nacional".
"As reportagens foram al�m de documentos vazados. Vivemos momentos desafiadores para o jornalismo, mas os vencedores s�o exemplos do bom jornalismo praticado no pa�s", disse o administrador do Pulitzer, Sig Gissler.
O ex-t�cnico da NSA Edward Snowden, que vazou os documentos para o jornalista americano Glenn Greenwald e est� asilado na R�ssia, disse, em nota, que o pr�mio � um "reconhecimento para todos os que acreditam que o povo tem um papel no governo".
"Devemos isso aos esfor�os dos bravos rep�rteres e de seus colegas, que continuaram trabalhando, mesmo sob enorme intimida��o, incluindo a destrui��o for�ada de materiais jornal�sticos e o uso inadequado de leis de terrorismo", afirmou Snowden.
Segundo Gissler, o nome de Greenwald n�o foi citado por essa ser a �nica das 14 categorias em que o pr�mio � dado aos jornais, e n�o aos rep�rteres.
"E se voc� olhar, durante a cobertura, foram v�rios os jornalistas que contribu�ram com reportagens [sobre a NSA]", afirmou.
Greenwald, que mora no Brasil, chegou a Nova York na sexta passada -em sua primeira viagem aos EUA ap�s a publica��o das reportagens- para a entrega do Pr�mio George Polk, tamb�m de jornalismo, pela s�rie da NSA. Em outubro passado, Greenwald deixou o "Guardian". Ele n�o respondeu aos pedidos de entrevista nesta sexta.
A editora-chefe do "Guardian US", Janine Gibson, disse, por email, estar grata pelo reconhecimento, ap�s "um ano intenso e exaustivo", de que o trabalho realizado representa "uma grande realiza��o para o servi�o p�blico". Por ser um pr�mio destinado a organiza��es americanas ou com sede nos EUA, o Pulitzer foi dado ao "Guardian US" em Nova York.
Para o editor executivo do "Washington Post", Martin Baron, os jurados "reconheceram que essa era uma hist�ria extremamente importante, mas tamb�m especialmente sens�vel e dif�cil". "Estamos orgulhosos de ter trazido � tona pol�ticas e pr�ticas que poderiam ter permanecido para sempre secretas, com profundas implica��es para os direitos constitucionais de americanos e de pessoas em todo o mundo", disse Baron � Folha.
Na categoria de charge editorial, o pr�mio tamb�m foi para o tema da espionagem, com um trabalho de Kevin Siers para o "Charlotte Observer" que compara as escutas feitas nos governos Nixon e Obama.
"BREAKING NEWS"
A cobertura do "Boston Globe" sobre o atentado na Maratona de Boston, que completa um ano nesta ter�a-feira e matou tr�s pessoas, recebeu o Pulitzer de melhor reportagem em tempo real.
O "New York Times" levou apenas pr�mios de fotografia. Uma foi na categoria "breaking news", com Tyler Hicks, que fotografou um soldado queniano em um mercado durante um ataque de terroristas em um shopping de Nair�bi, em setembro. A outra, na categoria "Feature", com uma imagem, feita por Josh Haner, que mostra um jovem que perdeu as duas pernas no atentado de Boston fazendo fisioterapia.
LIVROS
Entre os livros, a escritora americana Donna Tartt, 50, levou o pr�mio de melhor fic��o, com a obra "The Goldfinch". Com 784 p�ginas, o livro foi descrito pelo j�ri como "um romance sobre envelhecimento escrito de maneira bela, que estimula a mente e toca o cora��o".
O romance sai no Brasil em setembro, pela Companhia das Letras. O t�tulo em portugu�s ainda n�o foi definido.
O Pulitzer de poesia ficou com o indiano Vijay Seshadri, pelo livro "3 Sections", que se debru�a sobre a vida contempor�nea, analisando-a pelo passado, pelo futuro e pelo presente (da� as tr�s se��es do t�tulo).
J� nas biografias, venceu a escritora Megan Marshall, com seu livro sobre a jornalista e ativista feminista Margaret Fuller (1810-1850).
Veja abaixo a lista completa dos vencedores.
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JORNALISMO
Servi�o p�blico - "The Guardian US" and "The Washington Post"
Not�cias de �ltima hora - Equipe do "Boston Globe"
Reportagem investigativa -Chris Hamby, do "Center for Public Integrity"
Reportagem explanat�ria - Eli Saslow, do "Washington Post"
Reportagem local - Will Hobson e Michael LaForgia, do "Tampa Bay Times"
Reportagem nacional - David Philipps, do "Gazette"
Reportagem internacional - Jason Szep e Andrew R.C. Marshall, da ag�ncia Reuters
Escrita - sem premia��o
Coment�rio - Stephen Henderson, do "Detroit Free Press"
Cr�tica - Inga Saffron, do "Philadelphia Inquirer"
Escrita editorial - Equipe editorial do "Oregonian"
Cartunista - Kevin Siers, do "Charlotte Observer"
Fotografia de �ltima hora - Tyler Hicks, do "New York Times"
Fotografia - Josh Haner, do "New York Times"
LITERATURA
Fic��o - "The Goldfinch", de Donna Tartt
Teatro - "The Flick", de Annie Baker
Hist�ria - "The Internal Enemy: Slavery and War in Virginia, 1772-1832", de Alan Taylor
Biografia - "Margaret Fuller: A New American Life", de Megan Marshall
Poesia - "3 Sections", de Vijay Seshadri
N�o fic��o - "Toms River: A Story of Science and Salvation", de Dan Fagin
M�SICA
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